quinta-feira, 20 de julho de 2017

EXTENSÃO DA UFSJ ATUA NO ALBERGUE SANTO ANTÔNIO


Promover oficinas terapêuticas para idosos. Este é o objetivo do programa de extensão “Ações interventivas para com idosos institucionalizados” da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), que atua há dois anos no Albergue Santo Antônio, em São João Del Rei, nas Vertentes. 

As atividades se dividem em sete oficinas, cada uma com sua finalidade, mas todas elas proporcionando o estímulo cognitivo, ajudando o idoso a recuperar e integrar suas memórias, na resolução de problemas, no melhoramento de atenção, concentração, e integrando atenção e coordenação motora.

Adriana Guimarães, coordenadora do programa e professora de Desenvolvimento Humano, conta que o foco de estudo é o idoso institucionalizado, pelo fato dele sofrer diversos tipos de restrições. 

“Por exemplo, a falta de contato com a família, a dificuldade de um contato social mais amplo. É difícil para eles saírem sozinhos, necessitam de um acompanhamento e nem sempre isso é possível”, argumenta. Adriana ainda ressalta o fato de o Albergue possuir poucos recursos, “pelo fato de o governo não financiar instituições de longa permanência para idosos ou, quando financiam, disponibilizam poucas verbas. É por meio do dinheiro arrecadado pela aposentadoria dos idosos que parte dos gastos são cobertos", mas a quantia não é suficiente e diversas vezes o Albergue passa por dificuldades.

Foi a partir da observação que a ideia de realizar oficinas terapêuticas surgiu. Em seu primeiro ano, o programa oferecia cinco oficinas, e agora são sete. O

 programa trabalha com todos os profissionais do Albergue e em parceria com outros projetos de extensão da UFSJ que atuam no local.

Cartas e Cartões
Um das oficinas realizadas é a de Elaboração de Cartas e Cartões, que tem como objetivo trabalhar as lembranças dos idosos, como as de longo prazo, autobiográfica, entre outras. A intenção, também, é que o idoso estabeleça vínculos com outras pessoas além do Albergue, estabelecendo o senso de identidade do indivíduo.

Para resgatar a memória, são levados para os idosos termos relativos à infância, como música, gravura, brinquedos da época deles. É a partir desses objetos que os idosos podem falar de suas experiências, da infância, adolescência, idade adulta, casamentos, filhos, meia idade e velhice. O objetivo é que a pessoa possa reconhecer-se através de sua experiência de vida.

“Inicialmente a proposta era trabalhar com os familiares. Entretanto, devido a dificuldades como não localizar o endereço ou não obter retorno, a metodologia da oficina foi reelaborada”, comenta Adriana Guimarães. 

A opção encontrada foi trabalhar junto com o programa de extensão Universidade para a Terceira Idade, coordenado pela psicóloga Maria Anália Catizane Ramos. 

“A nossa proposta, desde o ano passado, é fazer a troca de cartas e cartões com os idosos que participam desse programa”.

A oficina é feita de forma individual, ou seja, cada aluno bolsista trabalha separadamente com um idoso, por meio de uma técnica cognitiva de resolução de problemas. 

Sobre isso, Adriana destaca: “a gente levanta um problema, torna esse problema factível. Às vezes o idoso reclama de algo. Então a gente tenta identificar o que está ruim em sua vida e levanta com ele quais são as estratégias que tem para resolver o seu problema. A gente avalia as vantagens e desvantagens dessas estratégias".

Adriana detalha esse trabalho: "temos dois envelopes: um vermelho em que a gente coloca o problema, e outro verde, para as estratégias. A gente adota uma estratégia com ele que vai implementar durante aquela semana. Na outra semana, o aluno volta e avalia com o idoso se ele implementou aquela estratégia e qual foi o resultado. Se o problema foi sanado, a gente tira do envelope verde, rasga e joga no lixo. Se ele não foi sanado, a gente avalia as estratégias, o que foi implementado, o que não foi, o que deu certo e o que não deu, e adota novas." 

Quando o problema é encerrado, explica, são eliminadas as estratégias para aquele problema, finalmente, trabalhados outros problemas.

Fisioterapeuta
Toda quarta-feira de manhã há um trabalho com a fisioterapeuta do Albergue Santo Antônio, em conjunto com bolsistas de extensão e alunos estagiários. O objetivo é trabalhar a coordenação motora dos idosos.

Trabalhos Manuais
A oficina de Trabalhos Manuais tem por objetivo incentivar o senso de autoeficácia, ou seja, fazer com que o idoso perceba que ele é capaz de realizar muitas coisas. 

É trabalhada a capacidade de realizar um produto artesanal, que, ao final, será uma produção dele. O objetivo é atingir um nível de aperfeiçoamento para que esses produtos artesanais sejam vendidos e gerem renda para manter a oficina.

Passeio Terapêutico
A Oficina Passeio Terapêutico é realizada em conjunto com o programa de extensão Terceira Idade da UFSJ. Os idosos vão para a academia e passeiam em vários locais escolhidos semanalmente, como o pátio da Campus Dom Bosco para interagir com os alunos, a praça da Igreja Dom Bosco, entre outros.

da assessoria UFJS

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