Obra da juventude de Marx, autor de O capital, traz a famosa teoria da alienação
O livro
Foi recentemente lançada no Brasil a mais nova tradução dos chamados Manuscritos econômico-filosóficos, que constituem a obra mais influente do pensador alemão Karl Marx em seu período de juventude.
Foi recentemente lançada no Brasil a mais nova tradução dos chamados Manuscritos econômico-filosóficos, que constituem a obra mais influente do pensador alemão Karl Marx em seu período de juventude.
Redigidos originalmente em cadernos manuscritos no ano de 1844 em Paris, quando o autor tinha apenas 26 anos, permaneceram inéditos durante toda a sua vida.
Descobertos nos anos 1920 pelo grande editor russo David Riazánov, foram publicados parcialmente em russo apenas em 1927. Em 1932 conheceram a sua primeira edição integral em alemão, língua original em que foram escritos.
Esses textos juvenis do futuro autor de O capital registram a primeira crítica de Marx à economia política clássica, que ele inicialmente chamou de “economia nacional” para se referir tanto às teorias de seus autores representativos, quanto para criticar a situação prática da realidade social e econômica.
Esses textos juvenis do futuro autor de O capital registram a primeira crítica de Marx à economia política clássica, que ele inicialmente chamou de “economia nacional” para se referir tanto às teorias de seus autores representativos, quanto para criticar a situação prática da realidade social e econômica.
Em grande medida, esses escritos adquiriram notável impacto por ser neles que Marx redigiu a famosa teoria da alienação do trabalho, que depois passou a ser utilizada em outras áreas como fonte para a análise crítica de variados objetos temáticos.
A obra também traz seções sobre a dialética de Hegel e sobre os temas da propriedade privada, das necessidades humanas, do comunismo, da divisão do trabalho e do dinheiro, esboçando um conjunto de teses que confluem para a formulação de uma teoria original do ser social.
A tradução
A nova tradução brasileira, publicada pela Editora Martin Claret, de São Paulo, é de autoria do professor Luciano Cavini Martorano do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (ICSA) da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG), cientista político e tradutor do idioma alemão que já verteu títulos como Teoria materialista do Estado (Ed. Revan), de Joachim Hirsch (Universidade Johann Wolfgang Goethe de Frankfurt - Alemanha), considerado um dos maiores estudiosos do tema do Estado.
A tradução
A nova tradução brasileira, publicada pela Editora Martin Claret, de São Paulo, é de autoria do professor Luciano Cavini Martorano do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (ICSA) da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG), cientista político e tradutor do idioma alemão que já verteu títulos como Teoria materialista do Estado (Ed. Revan), de Joachim Hirsch (Universidade Johann Wolfgang Goethe de Frankfurt - Alemanha), considerado um dos maiores estudiosos do tema do Estado.
A tradução dos Manuscritos econômico-filosóficos foi realizada diretamente da edição crítica alemã, publicada na coleção das Obras Completas de Marx e Engels (a Marx-Engels-Gesamtausgabe, conhecida pela sigla MEGA2).
O volume é aberto por dois estudos inéditos no Brasil. O primeiro é do professor de filosofia Ingo Elbe (Universidade de Oldemburg - Alemanha), autor de extensa obra sobre Marx e sobre temas relacionados à Teoria Crítica, à Filosofia Social e Política e ao Direito.
O volume é aberto por dois estudos inéditos no Brasil. O primeiro é do professor de filosofia Ingo Elbe (Universidade de Oldemburg - Alemanha), autor de extensa obra sobre Marx e sobre temas relacionados à Teoria Crítica, à Filosofia Social e Política e ao Direito.
O texto discute a relação entre trabalho alienado e trabalho abstrato na obra de Marx. Para tanto, recapitula o conceito de trabalho alienado tal como aparece nos Manuscritos econômico-filosóficos e perpassa questões relativas ao trabalho remunerado, ao sistema monetário e à propriedade privada.
Com isso, apresenta um exame da potência e dos déficits de fundamentação da teoria do trabalho alienado frente à teoria do trabalho abstrato, desenvolvida mais plenamente na obra máxima de Marx, O capital.
O segundo estudo é do professor Paulo Denisar Fraga, do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL) da UNIFAL-MG, que traz uma extensa pesquisa sobre a história e a bibliografia das edições dos Manuscritos.
O texto analisa a relação entre as edições em russo e em alemão, que realizaram o trabalho editorial de decifração da letra de Marx e que serviram de base para traduções em outras línguas, que aparecem listadas ao final.
O estudo revela que com a tradução do professor Martorano o idioma português supera o francês (bem como o inglês, o italiano e o castelhano) em número de traduções dos Manuscritos feitas com base na nova edição crítica da MEGA2.
Trata-se de uma viravolta que coloca a língua portuguesa no mapa internacional das edições dessa obra de Marx. Nos anos 1980, o maior levantamento publicado sobre as edições de Marx sequer mencionava as traduções dos Manuscritos em português. A nova edição brasileira foi organizada com a colaboração dos professores Luciano Martorano (coordenador) e Paulo Denisar.
Vida do autor
Em 2018 completam-se 200 anos do nascimento de Marx (1818-1883). A nova edição brasileira integra o movimento de ideias envolto nessa data.
Para quem desejar ver um filme sobre a vida do autor no período em que escreveu os Manuscritos econômico-filosóficos, pode assistir O jovem Karl Marx, de Raoul Peck (2016), que chegou este ano ao Brasil.
por Ana Carolina Araújo - da assessoria UNIFAL-MG
Vida do autor
Em 2018 completam-se 200 anos do nascimento de Marx (1818-1883). A nova edição brasileira integra o movimento de ideias envolto nessa data.
 |
Uma das divulgações do filme no Brasil
|
por Ana Carolina Araújo - da assessoria UNIFAL-MG
Nenhum comentário:
Postar um comentário