quinta-feira, 12 de julho de 2018

CORTE DA TERRA: PEÇAS ARTESANAIS NORTEADAS PELA NATUREZA DE POÇOS DE CALDAS

Transformados pelo artesão Luiz Vieira, troncos e madeiras reaproveitados dão forma a banquinhos, gamelas, fruteiras e outros objetos repletos de histórias e memórias
Luiz Vieira comanda a empresa Corte da Terra, criada em 2011

Inquieto, curioso, inventivo e com muita personalidade. Assim é o mineiro Luiz Vieira, dentista há mais de 40 anos, que encontrou na natureza um novo hobby, uma nova paixão. 

Garimpar, cortar, moldar, polir e valorizar a madeira virou uma de suas atividades prediletas e foi estimulada depois de uma visita ao Museu Inhotim, localizado em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), e referência por seu acervo de arte contemporânea.

Apaixonado pela natureza e morador da cidade mineira turística de Poços de Caldas, no Sul de Minas, Luiz começou a dividir sua jornada diária entre os atendimentos no consultório e os momentos de artesão em seu sítio. Em sua propriedade e nos arredores da zona rural, ele passou a coletar troncos de árvore que, transportados ao seu ateliê, tornaram-se a matéria-prima para o início do seu hobby. 

Posteriormente, a atividade, a princípio de lazer,  serviu de ponto de partida para a criação da marca Corte da Terra. “Muitas pessoas fazem terapia. No meu caso, eu faço gameloterapia”, brinca Luiz.


O respeito à natureza e às questões ambientais motivam a execução das peças elaboradas com madeiras nobres. De suas mãos são esculpidas diversas linhas de gamelas, banquinhos e outros objetos decorativos, como abajures. 

O diferencial e a característica da produção das peças consistem em partir da madeira em estado bruto, prezando suas formas, cores e texturas originais. 

Além disso, como sua matéria-prima deriva de resíduos florestais, em suas peças Luiz Vieira faz deferência às marcas de agentes naturais, efeitos do tempo e até mesmo da ação humana na natureza.

Por meio desses rastros é que o artesão dá forma às suas obras, sem a pretensão de eliminar os vestígios das intempéries a que a madeira está sujeita na natureza. Assim, as peças são elaboradas conforme inspiração e particularidades do material disponível. 

“Antes de iniciar a esculpir a obra, devoto toda minha atenção para compreender os veios e a história que a madeira traz. Essa análise é primordial para indicar a direção do trabalho que vou realizar”, afirma o artista.

A paixão do mineiro pela madeira se reflete não apenas na transformação da madeira como um todo, mas também na lapidação de cada peça. “Com o processo de polimento, consigo obter um efeito marmorizado que só a madeira proporciona”, finaliza.

com assessoria

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