sexta-feira, 9 de novembro de 2018

ECONOMISTA AFIRMA QUE APOSTAR NA PRIMEIRA INFÂNCIA É O MELHOR INVESTIMENTO DE TODOS

Durante evento de celebração dos 17 anos da organização United Way Brasil, Ricardo Paes de Barros falou a empresários de multinacionais. Para ele, “investir nas crianças significa cuidar do futuro do país”
O economista Ricardo Paes de Barros e Gabriella Bighetti, diretora executiva da United Way Brasil, durante café da manhã em celebração aos 17 anos da organização no Brasil

Representantes de multinacionais, como Ecolab, Lear Corporation, Morgan Stanley, Owens Illinois, P&G e PwC, participaram, no último dia 7, de evento em comemoração ao aniversário de 17 anos da organização United Way Brasil, que atua no desenvolvimento de crianças e jovens brasileiros. 

O palestrante Ricardo Paes de Barros, economista-chefe do Instituto Ayrton Senna e professor do Insper, mostrou que o investimento na primeira infância é o de resposta mais rápida e intensa para qualquer país, além de os resultados se estenderem por um longo período. 

“Há inúmeras razões para se investir nos anos iniciais de desenvolvimento, mas a melhor delas é o próprio direito humano. No entanto, se pensarmos como retorno econômico, esse ainda é o melhor investimento de todos”, revela.

E a mudança demográfica do país também é uma das mais acentuadas do mundo. “Isso significa que hoje temos a maior população jovem que teremos por um bom tempo, pois a taxa de natalidade cai de forma expressiva”, explica.

Por outro lado, a carência na educação traz um prejuízo de R$ 100 mil por jovem fora da sala de aula. Dessa forma, ainda segundo Barros, o papel da sociedade civil e das ONGs é agir em termos de advocacy, garantir a transparência e promover a inovação, principalmente na área da juventude. 

“É preciso juntar esforços e recursos coletivos, entre sociedade civil, empresas e pessoas físicas e convencer o governo brasileiro para a necessidade urgente de garantir oportunidades e equidades, começando nos primeiros anos de vida”.

Gabriella Bighetti, diretora-executiva da United Way Brasil, chama a atenção para a importância do engajamento do setor privado no desenvolvimento da primeira infância. 

Segundo pesquisas apresentadas na cartilha “Aposte na Primeira Infância”, lançada este ano, desenvolvida pelo Instituto GPTW, em parceria com a United Way Brasil e Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, empresas que adotaram programas em prol da primeira infância tiveram impacto direto na produtividade e rotatividade dos funcionários, esta última caindo de 21% para 9,9%. 

“Crianças bem assistidas mudam o mundo. Cuidar delas é construir, no hoje, a sociedade que queremos. Por isso o papel das empresas e o envolvimento dos funcionários pode ser tão relevante nesse processo”, afirma.

Na prática – desenvolvido desde 2012 pela United Way Brasil, o Crescer Aprendendo já beneficiou mais de 2 mil crianças de 13 centros de educação infantil. 

O programa utiliza diferentes estratégias para potencializar o desenvolvimento e aprendizado da Primeira Infância: promove encontros presenciais com os familiares dessas crianças para disseminar conhecimentos sobre diferentes temas, como a Importância do Brincar, o Papel do Pai, Alimentação saudável, entre outros. 

Os conteúdos trabalhados nos encontros presenciais também são reforçados ao longo da semana por meio de uma plataforma virtual.

E, por acreditar na força do impacto coletivo, a United Way Brasil também promove o voluntariado corporativo durante o “Dia Viva Unido”, evento que reúne cerca de 200 voluntários de diferentes empresas e áreas em prol da Primeira Infância. 

Este ano, o projeto o projeto acontece em parceria com a Ecolab, Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, Lear Corporation, Lilly, Morgan Stanley, Owens Illinois, P&G, Pitney Bowes e PwC. Em uma ação coletiva, os voluntários fazem um mutirão para revitalizar espaços de brincadeiras e vivência em centros de educação infantil. 

A programação também beneficia a comunidade local, com a recuperação da Praça do Campo Limpo. A região é conhecida pelo baixo IDH e as altas taxas de mortalidade infantil.

Nenhum comentário: