Atitude de PM mancha a corporação mineira e pisa nos Direitos Humanos
No último sábado, um estudante do curso de educação física da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e monitor e atleta do consagrado projeto social Cria Lavras, foi vítima de ofensas verbais preconceito por ser negro e possuir cabelo crespo, em estilo "black power", na Avenida Perimetral, em Lavras, no Sul de Minas.
Um homem, com identidade ainda desconhecida, gritava palavras de ofensa a seu cabelo. Jean diz que essa foi a primeira vez que enfrentou uma situação como essas.
Triste e indignado com o preconceito sofrido, o atleta Jean acionou o Disque 190 da Polícia Militar (PM), que em Lavras funciona na sede do 8º Batalhão de Polícia Militar (BPM).
Ao relatar o fato, o militar que atendeu a ligação desmereceu a ocorrência, mencionando que o caso não era 'relevante' e ainda fez chacota, dizendo que 'é uma vergonha um rapaz de 20 anos chorar' e desligou o telefone, sem dar andamento a ocorrência.
“Foi horrível. Fiquei muito tocado com tudo o que aconteceu”, disse Jean em entrevista.
Na tarde desta terça-feira, cerca de 50 pessoas se reuniram em uma manifestação contra o racismo. Eles saíram do prédio do Departamento de Educação Física (DEF) da universidade e caminharam pela Avenida Perimetral até o ponto em Jean sofreu o ataque preconceituoso.
“Jean é muito estimado por todos. Por ser um jovem muito tranqüilo e pacífico, acabou ficando muito abalado com o que ouviu. O fortalecimento da autoestima faz parte dos objetivos do Cria. É nosso dever protestar porque não queremos que isso volte a ocorrer com outras crianças e jovens”, explicou o professor Fernando Oliveira, do DEF, que é treinador do Cria Lavras.
Ao relatar o fato, o militar que atendeu a ligação desmereceu a ocorrência, mencionando que o caso não era 'relevante' e ainda fez chacota, dizendo que 'é uma vergonha um rapaz de 20 anos chorar' e desligou o telefone, sem dar andamento a ocorrência.
“Foi horrível. Fiquei muito tocado com tudo o que aconteceu”, disse Jean em entrevista.
Na tarde desta terça-feira, cerca de 50 pessoas se reuniram em uma manifestação contra o racismo. Eles saíram do prédio do Departamento de Educação Física (DEF) da universidade e caminharam pela Avenida Perimetral até o ponto em Jean sofreu o ataque preconceituoso.
“Jean é muito estimado por todos. Por ser um jovem muito tranqüilo e pacífico, acabou ficando muito abalado com o que ouviu. O fortalecimento da autoestima faz parte dos objetivos do Cria. É nosso dever protestar porque não queremos que isso volte a ocorrer com outras crianças e jovens”, explicou o professor Fernando Oliveira, do DEF, que é treinador do Cria Lavras.
O fato aconteceu uma semana após cerca de 200 pessoas participarem do I Encontro do Orgulho Crespo, evento que fez sucesso na Praça Doutor Augusto Silva, em Lavras.
190 vira as costas para a Lei
Em 1951, foi criada a Lei 1390/51, mais conhecida como Lei Afonso Arinos. Proposta por Afonso Arinos de Melo Franco, essa lei proibia a discriminação racial no país, ou seja, a separação de raças diferentes.
A lei Afonso Arinos se mostrou ineficiente por faltar rigorosidade em suas punições, mesmo em casos explícitos de discriminação racial em locais de emprego, escolas e serviços públicos.
Em 1989, foi criada a Lei 7716/89, mais conhecida como “Lei Caó”. Proposta pelo jornalista, ex-vereador e advogado Carlos Alberto Caó Oliveira dos Santos, essa lei determinava a igualdade racial e o crime de intolerância religiosa.
Um dos maiores triunfos com o aprimoramento da lei contra o racismo foi sua pena. Crime de racismo é inafiançável, mas especifica a diferença entre atitudes que podem ser consideradas como racismo.
O racismo é algo muito sério. Vivemos no Brasil uma escalada assombrosa da violência racista. Esse tipo de postura e reação despolitizadas e alienantes por parte de um servidor público envergonha toda uma corporação e a sociedade lavrense.
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