
O Faustão dos anos 1970, Abelardo Barbosa, o Chacrinha, eternizou essa frase. Claro que ele é também lembrado pelas formas voluptuosas das Chacretes que tanto inspiraram os moçoilos de então, mas no momento deixa pra lá. A referida frase que criou certamente visando sensibilizar potenciais anunciantes, se tornou objeto de estudo em aula da faculdade de comunicação social. Não só pela óptica do pitoresco, mas por toda uma mensagem subliminar com que vem acompanhada. Bem, como eu também matei as aulas seguintes, desconheço a conclusão que se pode chegar, mas confesso que sempre tive a maior vontade de escrever um texto e usar a palavra TRUMBICA sem ter que forçar a barra. Não sei o seu significado e nem mesmo fui conferir se existe oficialmente. Mas que eu já vi muita gente boa se trumbicar por aí, isso já. Eu mesmo, viro e mexo, também me trumbico. Deduzo que não seja algo desejável, mas nunca soube de ninguém que morreu por ter se trumbicado. Imagino que seja algo como o SIFU dito pelo Lula, mas em um calão menos baixo. E a falta, ou má comunicação, não deve ser a única fonte da trumbicagem alheia. Para supervalorizar quem não se comunica (anuncia) Chacrinha contrapôs com o que seria seu inverso. Tem gente que faz de tudo para não perder uma rima. Até inventa palavras.
Antes do professor Google, era mais difícil e demorado checar a existência de palavras, lugares e mesmo biografias. Mas o velho guerreiro não deixa de ter razão não. Quem não se comunica, SIFU. Admiro quem se comunica bem. Borges, Luis Fernando Veríssimo, Eduardo Almeida Reis. O Pantera na radio. Olga Bongiovanni e Leda Nagle na Tv. O Barack Obama. O Buluca, João Arbex, Valério Neder, Beto Iemini, todos aqui em Três Corações. O Zé Simão e o Tutty Vasquez. O Tabet na NET, sítio Kibeloco. Et caervas, et caervas, et caervas. Admiro mesmo outros que dominam a técnica, a arte da comunicação, mas com ressalvas quanto ao conteúdo e inconfessáveis intenções. O Diogo Mainardi na Veja. O Lula. O FHC. E continuo achando que todos esses também se trumbicam. Cada um se trumbica nos vexames cotidianos que nos são inescapáveis. Minha mais recente trumbicada foi quando comecei esse texto. O inicio seria apenas para ilustrar outro assunto que queria aprofundar. Mas me empolguei com a sonoridade e com o inusitado da palavra e acabei fazendo com que meus raros leitores também se trumbicassem enquanto tinham vã esperança de extrair algum proveito daqui. Nós NOSFU.
Carlos Edyl Santiago Filho, jornalista, teve que forçar a barra para fazer esse texto, mas aprendeu o significado de ‘trumbica’.
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