sexta-feira, 22 de maio de 2015

CIDADANIA ÀS PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA

Dados da Prefeitura de Belo Horizonte revelam que, apenas na capital, cerca de 1,8 mil pessoas vivem nas ruas. Desse total, apenas 15% são pedintes

Pelo Servas, assina a primeira-dama Carolina Oliveira Pimentel
O procurado-geral de Justiça, Carlos André Mariani Bittencourt assina pelo Ministério Público
Desembargador Pedro Bitencourt Marcondes assina pelo Tribunal de Justiça

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) assinou, nesta quarta-feira, 20 de maio, um Termo de Cooperação Técnica (TCT) com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e o Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas) com o objetivo de viabilizar ações voltadas para a promoção do exercício da cidadania da população que vive nas ruas.

Pelo MPMG, assinaram o termo, o procurador-geral de Justiça, Carlos André Mariani Bittencourt, e o coordenador de Inclusão e Mobilização Sociais do MPMG, promotor de Justiça Paulo César Vicente de Lima. 

O presidente do TJMG, Pedro Carlos Bittencourt Marcondes, e a presidente do Servas, a primeira-dama do Estado, Carolina Oliveira Pimentel, também foram signatários do documento.

Carlos André ressaltou que o apoio à organização dos moradores de rua para que eles conquistem espaço na sociedade é uma realidade já praticada pelo MPMG desde a criação da Coordenadoria de Inclusão e Mobilização Sociais (Cimos), há cinco anos. 

Desse modo, segundo o procurador-geral de Justiça, a instituição diversifica suas atividades, tradicionalmente ligadas à investigação e às responsabilizações civis e criminais, e busca dar sua contribuição à população na área social.

Carolina Oliveira afirmou que o TCT é a formalização de um grupo de trabalho, que já tem se reunido para buscar, cada um dentro de sua especialidade, ações efetivas a partir do mapeamento feito pela Prefeitura de Belo Horizonte para oferecer oportunidades à população de rua. 

A presidente do Servas revelou que, em até 60 dias, será apresentado um plano de trabalho com a definição das ações a serem implementadas. “Será analisado um leque de opções, uma vez que vamos lidar com uma realidade complexa, em que as pessoas têm perfis distintos e diferentes motivos para estarem na rua”, disse ela.

Campanha
A solenidade marcou também a adesão do TJMG e do Servas à campanha Eu sou morador de rua. E tenho direito a ter direitos. Idealizada pelo Movimento Nacional das Pessoas em Situação de Rua em parceria com o Centro Nacional dos Direitos Humanos da População em Situação de Rua e dos Catadores de Materiais Recicláveis a campanha já tinha o respaldo do MPMG e do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

Estatísticas
Dados da Prefeitura de Belo Horizonte revelam que, apenas na capital, cerca de 1,8 mil pessoas vivem nas ruas. Desse total, apenas 15% são pedintes, já que muitos realizam algum tipo de trabalho, mesmo que fora do mercado formal. O levantamento revelou que parte significativa desse grupo não tem sequer documentos.

A lista de necessidades dessa população não termina por aí. A maioria não tem acesso à Justiça, deixando de lado direitos previdenciários e os decorrentes de acidentes de trabalho. Vulneráveis e vivendo em extrema pobreza, essa comunidade também não reside em moradias tradicionais, tem baixa escolaridade e laços familiares fragilizados. 

Por isso, entre as medidas que devem ser adotadas a partir da assinatura do TCT estão aquelas voltadas para a profissionalização, para o acesso à Justiça, para a proteção dos direitos, para a reconstrução da vida e para a inclusão social. As instituições vão atuar como catalisadoras de esforços da sociedade, viabilizando a participação de outros órgãos e entidades. O documento prevê a indicação de dois representantes de cada instituição para coordenar as atividades.

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