
Estudo da Universidade de São Paulo (USP) mostra que 10,06% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro é resultado da agricultura familiar. Cultivos e criações, somados os insumos consumidos pelo setor e ao processamento da produção, geram um volume superior a R$ 150 bilhões por ano. De acordo com o estudo, um em cada R$ 10 gerados pela economia brasileira tem ligação direta com a agricultura familiar. Uma diferença: o estudo dimensiona a agricultura familiar como cadeia, não apenas a geração de produtos agrícolas e pecuários em lavouras ou fazendas, mas também a chamada frase "pré-porteira" (a indústria de insumos), assim como a "pós-porteira" (a indústria de processamento e a distribuição final). Especificamente os cultivos e as criações representam R$ 33 bilhões e R$ 22 bilhões, respectivamente. No somatório, significam 3,57% do PIB brasileiro – mais que a extração de petróleo, gás natural, carvão e outros combustíveis, que atingem 3,34%.
Os números expressam bem a competitividade da agricultura familiar para a agricultura brasileira. É importante saber as diferenças para a formatação de políticas econômicas. Entre várias conclusões, o professor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), da Universidade de São Paulo (USP), Joaquim Guilhoto, observa que a indústria de transformação é mais representativa na agricultura patronal que na familiar (33% a 23%) e deduz, portanto, que existem muitos espaços para a familiar evoluir no processamento de produtos in natura. O professor destaca, ainda, a fumicultura, quase que totalmente desempenhada em propriedades familiares.
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