
Luiz Carlos lembrou os transtornos físicos e psicológicos ocasionados pela violência, além do medo de denunciar, que paralisa algumas vítimas. "Muitas vezes o processo de denúncia é interrompido devido ao medo da agressão ser estendida aos filhos. Em muitos casos, a violência parte do provedor e a mulher acaba se submetendo por não ter autonomia financeira". Para a representante do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Maria Enilda Teixeira, os dados referentes ao número de agressões atingiram níveis além dos parâmetros considerados normais. "É preciso que haja uma ação conjunta, que envolva a igualdade de gêneros, o combate ao desemprego e às drogas, além de ser oferecido tratamento ao agressor e assistência à vítima". A delegada Sônia Parma citou a implantação do Centro de Integração da Mulher como mais uma forma de combate à violência. "O local, que deve ser implantado no próximo ano, vai servir como referência porque reunirá serviços diversos e facilitará o atendimento".
Para a delegada, o combate à violência contra a mulher contribui diretamente para a redução da violência urbana. A promotora Vanda Sarmento mencionou o desvio de finalidade da Casa Abrigo. Segundo ela, o espaço passou a receber não só vítimas de violência doméstica, mas mulheres vítimas de violência social. "Diante disso, percebemos que a vítima está desabrigada com relação à família e com relação ao poder público. Não é possível abrigar, no mesmo espaço, carências sociais distintas". A representante da Secretaria de Assistência Social, Roxana Souza Pinto, confirmou que a Casa Abrigo vem recebendo outros tipos de encaminhamento, como adolescentes vítimas de violência sexual e mulheres vítimas de qualquer tipo de violência, por exemplo. "O Executivo está aberto a novas propostas".
Aline Furtado, do Acessa.com
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