A presidente Dilma Rousseff (PT) condicionou a permanência do ministro Orlando Silva à frente do Esporte ao desmonte da máquina eleitoral que o PCdoB mantém na pasta. Dilma exigiu, ainda, a substituição de nomes que estariam fazendo “negócios” na estrutura do ministério por gestores especializados. Para sanar os problemas do ministério sem afetar os compromissos do Brasil com a organização da Copa do Mundo de 2014, Orlando recebeu da presidente a missão de “trocar o pneu com o carro andando”, contaram aliados de Dilma ao Correio Braziliense.
Radiografia da tropa nomeada para compor o ministério, feita pelo Correio, reforça a preocupação da presidente com o loteamento partidário que tomou conta do Esporte. Além do ministro, o partido conseguiu abrigar pelo menos outros 20 integrantes da cúpula comunista na estrutura de comando do ministério. Esses funcionários ocupam postos nos 192 cargos de direção e assessoramento do ministério e também acumulam funções nos diretórios estaduais do partido. Formam, segundo o soldado João Dias — que acusou Orlando de receber propina na garagem do ministério — a “comissão de arrecadação”.
De olho nas eleições de 2012, os comunistas desdobram-se, ainda, entre funções ministeriais e partidárias. O secretário Nacional de Esporte Educacional, Wadson Nathaniel Ribeiro, é cotado para disputar a prefeitura de Juiz de Fora (MG) pelo PCdoB. Formado em medicina, Wadson é também ex-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE). Somente este ano, o secretário já gastou R$ 15,2 mil em diárias. Das 10 viagens que o secretário fez internamente, seis passaram por Minas. Todas as despesas saíram dos cofres do Segundo Tempo, alvo de denúncias de irregularidades. O PCdoB de Minas também abriga na pasta a neta de Luiz Carlos Prestes. Ana Maria Prestes Rabelo é assessora internacional do ministro.
do Correio Braziliense
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