Medida da prefeitura de Lavras proíbe estacionamento de veículos em trecho de um dos principais corredores comerciais da cidade. Pedestres temem aumento da velocidade no local
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Rua Francisco Salles concentra filiais de algumas das principais redes varejistas do Brasil. Comércio local pode ser prejudicado |
Os motoristas terão ainda mais dificuldade para estacionar na região central de Lavras, no Sul de Minas. É que uma mudança a ser implantada pelo Departamento Municipal de Trânsito vai proibir o estacionamento de veículos, no lado direito, em grande parte do trecho da Rua Doutor Francisco Salles.
Um trecho da Rua Melo Viana, que também concentra diversos comércios e uma agência bancária, também é alvo do Departamento de Trânsito. Na via, o estacionamento ficará proibido do lado esquerdo.
A medida vai atingir em cheio os comerciantes do Centro de Lavras, uma vez que a Rua Francisco Salles é um dos mais importantes corredores comerciais do município e, no trecho que terá estacionamento proibido, encontram-se as filiais de algumas das das principais redes varejistas do Brasil.
Com a proibição pelo Departamento de Trânsito da Prefeitura de Lavras, estima-se que serão perdidas 160 vagas do estacionamento rotativo da Zona Azul da cidade.
De acordo com informações obtidas pela reportagem, a intenção seria dar maior fluidez no tráfego dos ônibus do transporte coletivo, criando uma espécie de "corredor de ônibus".
Apesar da iniciativa ser boa, mesmo com a limitação de estacionamento, grande parte das vias do Centro da cidade são estreitas e possuem diversas esquinas, algumas com semáforos, o de qualquer forma impossibilitará que os coletivos desenvolvam muita velocidade.
Em um momento onde a cidade de São Paulo, a maior metrópole da América Latina, discute a redução da velocidade no centro e em suas marginais, a medida da prefeitura de Lavras gera incertezas.
Enquanto para os motoristas pode haver maior facilidade de locomoção, para os pedestres a segurança é que causa apreensão. As ruas Melo Viana e Francisco Salles contam com grande fluxo de pedestres, além de serem vias de acesso a saídas da cidade, o que torna um possível tráfego de coletivos e veículos com velocidade considerável um fator de risco.
Opinião
A redação do Blog O Corvo-Veloz procurou o professor Tadeu Cotta, que se notabiliza por fazer reflexões apuradas sobre a cidade, para ouvir sua opinião a respeito da medida. Ele nos encaminhou estas impressões bem amplas sobre a região central do município na atualidade:
A respeito da administração da cidade:
1 – em princípio é uma boa ideia, para as pessoas, reduzir o tráfego de veículos no centro;
2 – a área onde ficava a Câmara de Vereadores poderia ser transformada em estacionamento;
3 – as ruas e passeios deveriam ser consertados, pois os muitos buracos tem causado acidentes nos pedestres;
4 – deveria ser proibido construir passeios de menos de 3m de largura nos novos loteamentos;
5 – tem empresas no centro que ocupam toda a frente de suas construções com garagens; elas deveriam ser proibidas de ter mais de um único acesso para suas garagens;
6 – muitos prédios em construção se apropriam da rua, colocando abusivamente cones na rua...
7 – os prédios em construção deveriam ser obrigados a usar tela protetora em todo o seu entorno, para
evitar acidentes com queda de material na rua logo embaixo;
8 – as empresas deveriam ser incentivadas a sair do centro, muito sobrecarregado;
9 – existem placas de “estacionamento proibido” para carga e descarga nas 24h do dia; isso deveria
acontecer só para um determinado tempo; por exemplo de 8às 12h...
10 – todas as faixas de pedestres deveriam ser pintadas novamente, pois suas marcas estão apagadas...
Comentários
Há exatamente um ano, as máximas passaram de 90 km/h para 70 km/h na pista expressa, e de 70 km/h para 60km/h na pista central e 50 km/h na pista local.
Juntas, as marginais apresentaram 608 acidentes no primeiro semestre de 2015; nos primeiros seis meses de 2016 foram 380, segundo a CET. Segundo a companhia, o número de atropelamentos caiu também, passando de 27 para 9 no mesmo período.
No anúncio da regulamentação, a Secretaria dos Transportes havia defendido que a redução das velocidades máximas permitidas tinha por objetivo a melhoria das condições de segurança, e a redução do número de feridos e mortos.
Na ocasião, foram mostrados os resultados das alterações em outros países, como Suíça, Dinamarca, EUA e Suécia, adotadas na década de 80, que evidenciavam que uma menor velocidade do veículo poderia evitar acidentes abrandar danos físicos.
Fonte: G1 São Paulo