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A IMPORTÂNCIA DE TRABALHAR QUESTÕES ÉTNICO-RACIAIS NA EDUCAÇÃO INFANTIL É TEMA DE PESQUISA


Pesquisa realizada na Universidade Federal de Lavras (UFLA) aponta a importância de trabalhar questões étnico-raciais na educação infantil. As análises são decorrentes de dois projetos realizados pelo Departamento de Educação (DED) em parceria com escolas públicas do município de Lavras.

O projeto de extensão “Lê pra mim” tem por objetivo contar histórias afro-brasileiras, indígenas e africanas nas escolas municipais de Lavras, no Sul de Minas, e o projeto de pesquisa “Discurso e relações étnico-raciais” discute a inserção das discussões étnico-raciais nas escolas e avalia de que forma acontece essa aplicação, além de analisar os resultados apresentados.

A inserção da temática étnico-racial na educação infantil visa garantir uma educação que supere o racismo e as desigualdades geradas por ele. A professora Luciana Soares, coordenadora do projeto, explica que “a importância de trabalhar questões étnico-raciais com crianças, é, sobretudo pela intensificação da construção da identidade delas, é o momento em que as crianças começam a se perceber no mundo e a perceber o outro”.

Para que os participantes do projeto “Lê pra mim”, composto por estudantes de pedagogia, possam ir para a escola contar as histórias, há uma preparação que se divide em leitura de algum conceito teórico, que tenha a ver com a questão étnico-racial; pesquisa de autores e títulos que serão utilizados de acordo com as faixas etárias e uma discussão que ressalta de que maneira esta história trará aplicação para a vida das crianças.

Contar histórias é uma maneira encontrada pelos pesquisadores de resgatar a cultura afro-brasileira, indígena e africana, que sensibiliza não só os estudantes, mas a escola num todo. 


“Nós percebemos que a escola não trata dessas questões, mas elas existem com as crianças, sobretudo com as meninas negras, que desde muito cedo já não se sentem representadas nas histórias. As princesas na maioria das vezes são loiras, com personagens que não têm nem a cor e nem o cabelo como delas, isso faz com que tenhamos uma construção de um estereótipo do que é ser princesa, do que é ser bonita”, explica a docente.

A contação de histórias é uma maneira lúdica de fazer essa reflexão sobre a temática, assim as crianças desenvolvem o imaginário, envolvem com os personagens, e conseguem se apropriar dos temas. 

“Em relação aos alunos é possível perceber que após a contação de história há crianças que dizem que seu cabelo é lindo, que adoram a cor da sua pele; conseguem se identificar na história”, acrescenta a estudante Thairine Ribeiro Salles.

As leis 10.639/03 e 11.645/06 que trazem a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados (art. 26 A) vigoram há mais de 10 anos, contudo a professora comenta que a sua aplicabilidade está distante do proposto. 

“Pesquisas apontam que não há explicitamente a inserção no projeto pedagógico e nos planos de ensino questões sobre a cultura afro-brasileira, indígena e africana”.

com Greicielle dos Santos - da assessoria da UFLA

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