Pular para o conteúdo principal

LAVOURAS CAFEEIRAS CONTINUAM IMPACTADAS PELA SECA E PELAS ALTAS TEMPERATURAS

Evento realizado em Guaxupé, no Sudoeste do Estado, orientou cafeicultores sobre as perspectivas para a safra 2025 diante das condições climáticas que as lavouras de café vêm enfrentando desde agosto de 2023; Estresses térmico e hídrico estão entre as preocupações dos especialistas

A Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé apresentou, no dia 31 de julho, durante a realização do 6º Fórum Café e Clima, em Guaxupé, no Sudoeste do Estado, as condições da atual safra de café e as expectativas para safra 2025. O evento abordou os impactos de um ano atípico para a cafeicultura, marcado por desafios climáticos como o El Niño, que afetou diretamente a produção. Para o próximo ano agrícola, a possibilidade de chuvas mais regulares a partir do final de setembro pode contribuir com a safra, entretanto o cenário ainda é de precaução devido às altas temperaturas e os estresses térmico e hídrico enfrentados pelas plantas de café.

Com três palestrantes convidados, o consenso entre os especialistas foi de que o ano tem sido particularmente difícil para o setor cafeeiro. O engenheiro agrônomo Guilherme Vinícius Teixeira, coordenador do departamento de Geoprocessamento da Cooxupé, apresentou uma análise detalhada das condições meteorológicas da safra 2024/2025, na área de atuação da cooperativa que compreende mais de 300 cidades do Sul e Cerrado de Minas Gerais, média mogiana do estado de São Paulo e Matas de Minas.

Segundo ele, a safra atual enfrenta dificuldades significativas, devido à uma combinação de estresses térmico e hídrico. As altas temperaturas e a amplitude térmica elevada comprometeram negativamente o armazenamento de água no solo, havendo impacto direto nas lavouras. Além disso, a quantidade de chuvas tem sido insuficiente, com aproximadamente 120 dias sem precipitações significativas desde março deste ano, de acordo com os dados do SISMET - Sistema de Monitoramento Meteorológico da Cooxupé.

“A continuidade das condições climáticas desfavoráveis poderá acarretar perdas consideráveis na safra 2025”, alertou.

Teixeira observou, ainda, que o estresse térmico está consumindo a energia produzida pelas plantas, provocando reflexos na produtividade. Outro agravante ocorre nas regiões com menor altitude, que têm enfrentado temperaturas mais altas, exacerbando os desafios enfrentados pelos cafeicultores.

Perspectivas para 2025
O agrometeorologista Marco Antônio dos Santos, sócio-fundador da empresa Rural Clima, compartilhou previsões detalhadas sobre o fenômeno La Niña, que deverá se manifestar esse ano, entre o final de setembro e o início de outubro, com uma intensidade variando de fraca a moderada. Apesar da demora, a previsão é de que haverá chuvas entre o final do mês de setembro e a primeira quinzena de outubro, desencadeando uma possível florada com bom pegamento e uniformidade. A expectativa é que o pico da La Ninã ocorra em janeiro de 2025 e possibilite um ano menos difícil para a cafeicultura, segundo o especialista.

“O fenômeno possibilita essa condição, porém não significa que devemos ficar despreocupados. É preciso mudarmos a forma de ver o clima diante das mudanças climáticas que têm ocorrido”, apontou Santos.

Ainda durante sua palestra, o agrometeorologista mencionou que o fenômeno La Ninã também poderá beneficiar a cafeicultura em países da Ásia, concorrentes do café brasileiro.

Desafios
O professor Dr. José Donizeti Alves, engenheiro agrônomo e docente em Fisiologia Vegetal na Universidade Federal de Lavras (UFLA), ressaltou que, embora as previsões de chuva se concretizem, as lavouras estão sob constante pressão e não apresentam mais o padrão de bienalidade.

Ele destacou que a necessidade de avançar na produtividade sob condições de estresse é essencial e falou, ainda, de estratégias para minimizar os impactos do calor e da seca, principalmente durante os períodos de veranicos. Alves enfatizou a importância de estratégias de manejo adaptativas, como o uso de sistemas de irrigação, para mitigar os reflexos do clima.

“O uso de irrigação é um recurso crucial para enfrentar esses desafios, juntamente com a adubação adequada, uso de bioestimulantes, estratégias de renovação e podas das lavouras além do uso de variedades tolerantes e monitoramento do clima. Assim, conseguiremos amenizar o estresse térmico”, indicou.

Segundo o professor, o estresse térmico foi o fator que mais impactou a produção de café nesta safra, tanto em lavouras irrigadas quanto em sequeiros, por isso a necessidade de se precaver.

“A tendência é de chuvas mais regulares se mantendo ao longo de toda safra e de veranicos intermitentes não tão prolongados, conforme apontou o Marco Antônio, mas o problema é se eles ocorrerem com calor intenso. O meu temor é ter estresse térmico novamente, por isso é preciso prevenção. Hoje o calendário é fenológico e o clima é soberano”, concluiu Alves.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

PREFEITA, SECRETÁRIO DE ESTADO E DEPUTADO ANUNCIAM IMPORTANTES CONQUISTAS

A prefeita Jussara Menicucci, o deputado estadual Cássio Soares e o secretário estadual de Saúde, Fábio Baccheretti, participaram das tratativas que viabilizaram importantes investimentos para o município de Lavras, que reforçam o compromisso com a saúde pública. Entre as conquistas está a liberação de recursos para a implantação de cinco novos leitos de UTI Pediátrica na Santa Casa de Misericórdia, ampliando a capacidade do Sistema Único de Saúde (SUS) no atendimento intensivo às crianças do município. Outro passo fundamental foi o credenciamento da Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON) em Lavras, que possibilitará a realização de tratamento oncológico completo no município, garantindo mais comodidade e qualidade de vida aos pacientes e suas famílias. Além disso, foram conquistados recursos para equipar a UPA Zona Norte, ampliando a estrutura e qualificando o atendimento de urgência e emergência prestado à população lavrense.

CAMPEÃS!

A equipe de Futsal Feminino Módulo 2 da Escola Estadual Azarias Ribeiro, comandada pelos professores Cascata e Daniela, venceu os Jogos Escolares de Lavras e segue agora para a disputa da fase Microrregional, que também será disputada em Lavras.

CAPOEIRISTAS DE VARGINHA LEVAM A ARTE DA CAPOEIRA PARA A EUROPA

Os capoeiristas da Casa da Capoeira – unidade Varginha seguem ampliando as fronteiras da arte e da cultura brasileira. No início de junho, Osvaldo Henrique (Mestrando Pé de Vento), João Neto (Instrutor Red Bull) e Luís Gustavo (Instrutor Panga) embarcaram em um tour internacional pela Europa, levando a capoeira de Varginha para quatro países: Portugal, França, Alemanha e Polônia. Durante a viagem, os atletas ministraram oficinas, participaram de workshops e realizaram atividades com grupos locais, fortalecendo laços culturais e promovendo intercâmbio com capoeiristas de diversos países. A turnê abriu novas possibilidades de parcerias e projetos futuros no exterior. O trio retornou a Varginha no dia 23 de junho, mas a agenda apertada não permitiu descanso. Já na última quinta (26/06), eles embarcaram rumo a Brasília, onde os instrutores Red Bull e Panga participam do Volta ao Mundo Bambas (VMB), considerado o maior campeonato de capoeira do mundo. Luís Gustavo disputará a seletiva da ca...