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QUEIJO D'ALAGOA-MG LANÇA "QUEIJO DO OSVALDINHO"


Osvaldo Martins de Barros Filho, conhecido como Osvaldinho, é uma das figuras emblemáticas do queijo artesanal de Alagoa-MG. Fundador da Queijo D’Alagoa-MG, ele revolucionou a venda de queijos ao criar um modelo de comercialização online, que deu visibilidade nacional e internacional à produção da cidade. Agora, em 2025, ele inicia um novo capítulo na sua trajetória: a produção do seu próprio queijo.

“Eu sempre acalentei o sonho de produzir meu próprio queijo”, revela Osvaldinho. A vontade aumentou ainda mais após ele realizar um curso de queijos artesanais na Escola de Queijos do Brasil, em Juiz de Fora, no fim da pandemia. Apesar de todo seu trabalho em prol dos produtores da região, algumas críticas ainda o incomodavam: “Sempre houve quem dissesse ‘Ah, mas o Osvaldinho não é produtor!’.”

A oportunidade surgiu no final de 2024, quando um fazendeiro local, o Sr. Odair, ofereceu a ele uma propriedade rural a apenas 1 km da cidade. Com 7,8 hectares e toda a estrutura necessária para iniciar a produção, incluindo vacas leiteiras, uma queijaria equipada e até um trator, Osvaldinho viu aquilo como um sinal divino. “Cavalo selado só passa uma vez”, afirma, decidido a abraçar o novo desafio.

A estrutura da nova fazenda e os desafios iniciais

A propriedade arrendada conta com um galpão de Compost Barn, garagem para trator, depósito de ração, queijaria, cozinha, banheiro e almoxarifado. Além disso, há uma plantação de capim e milho, um reservatório de silagem e um sistema de ordenha. Para se adequar às normas sanitárias, Osvaldinho já iniciou melhorias estruturais, como a substituição das mesas de madeira e ardósia por mesas de inox e a construção de uma barreira sanitária e uma sala de embalagem e expedição.

Desde a primeira semana de janeiro de 2025, a produção começou com 14 vacas mestiças (girolando), rendendo cerca de 250 litros de leite por dia, o que resulta em 22 queijos diários. A meta é dobrar a capacidade à medida que as instalações forem adequadas. “Não trabalharei com leite de terceiros, pois o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade (RTIQ) do Queijo Artesanal de Alagoa exige que seja apenas leite próprio”, explica.

Os primeiros desafios já apareceram. Em uma das semanas iniciais, uma queda de energia obrigou a equipe a realizar a ordenha manualmente, situação que só foi resolvida com o restabelecimento da eletricidade na parte da tarde. Para evitar novas surpresas, ele investiu na compra de um gerador de energia. “Já usei o trator três vezes só para buscar lenha e, todos os dias, ele é essencial para buscar capim e silagem para as vacas.”

O nascimento do Queijo do Osvaldinho

A receita do queijo segue a tradição do Queijo Artesanal de Alagoa, sem inovações na fórmula, mas com uma proposta de maturação subterrânea no futuro. A peça começa pesando 1 kg e, após 20 dias de maturação, atinge entre 800 e 900 gramas. “O queijo é suave, levemente salgado, com notas lácteas frescas e frutadas, além de uma textura macia”, descreve Osvaldinho.

Mesmo ainda aguardando a finalização dos cadastros nos órgãos de inspeção, ele decidiu colocar o primeiro lote à venda. “Desde janeiro só estou gastando. Preciso que entre receita para fechar as contas do mês.” Assim, o Queijo do Osvaldinho já está disponível no site da Queijo D’Alagoa-MG, e os amantes de queijo podem ser os primeiros a experimentar essa novidade.

Um dos diferenciais é que o Queijo do Osvaldinho será o primeiro queijo de Alagoa a utilizar etiqueta de caseína, importada da França, que assegura com veracidade a origem do queijo e garante a rastreabilidade. O selo de caseína é comestível e é comemorativo aos 15 anos da Queijo D’Alagoa-MG.

O futuro da produção

A parceria de venda com as famílias que já produzem para a Queijo D’Alagoa-MG vai continuar.

Osvaldinho tem planos inusitados. Com a estrutura atual, pretende expandir a produção e diversificar os métodos de maturação. “Vamos nos aventurar com maturações subterrâneas futuramente, mas, por enquanto, seguimos com o tradicional.”

Com sua trajetória marcada pelo pioneirismo, Osvaldinho agora não é apenas um queijista e defensor do queijo artesanal: ele é também produtor. E, para quem sempre duvidou, ele responde com trabalho: “O que os consumidores podem esperar? Um queijo democrático, que harmoniza com tudo.”

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