Pular para o conteúdo principal

COMIDAS DE RUA: POUCA HIGIENE E MUITO LUCRO

Marcos Crivelaro
Churrasquinho, pipoca, pastel, caldo de cana, tapioca, sanduíche de carne-louca, hot-dog prensado, yakissoba, acarajé, etc. Todo esse cardápio tropicalizado faz parte da cultura brasileira de consumir comida barata, na rua. Porém, esse costume deve desaparecer na cidade de São Paulo, pois a prefeitura publicou uma portaria, no final do mês de agosto, proibindo o comércio de qualquer produto ou prestação de serviço com o uso de veículos nas ruas e avenidas da cidade. Segundo a prefeitura, apenas os vendedores de cachorro-quente e de refrigerantes que têm o Termo de Permissão de Uso (TPU) podem trabalhar vendendo seus produtos na rua.


Quem desrespeitar a portaria vai sofrer a apreensão do veículo/mercadorias e pagar multa que varia de R$ 87,20 a R$ 436.As irregularidades na venda de alimentos ocorrem em todo o país, em barracas, em veículos e nos cestos das bicicletas. É comum dinheiro e comida serem manipulados ao mesmo tempo em mãos sem luvas ou a utilização de um mesmo pegador em vários tipos de alimentos. No geral, a armazenagem precária e a falta de higiene na manipulação dos alimentos podem originar doenças.


Pratos frios que não são conservados a menos de 5º C e que ficam expostos por mais de 1 hora podem causar intoxicação alimentar. O que dizer do churrasquinho ou yakissoba consumido junto ao ponto de ônibus, confeccionados com carne bovina ou de frango "temperada" com cargas de poluição dos veículos? Existe um ditado que diz: "Se não matar, engorda!"... Engorda principalmente o bolso do comerciante devido à alta lucratividade de vender alimentação na rua. Esse comércio funciona como alternativa econômica para a limitada oferta de trabalho. O ato de elaborar um alimento para vendê-lo talvez seja a forma mais primitiva que o homem inventou para defender-se da falta de recursos e conseguir sobreviver.


O rendimento médio mensal de uma pessoa que vende cachorros-quentes na rua é de R$ 3 mil, englobando também os refrigerantes consumidos pelos fregueses. E quem nunca ouviu falar que ser pipoqueiro é a profissão mais lucrativa do mundo? Faça as contas, 25 gramas de grãos de milho para pipoca rendem 1 panela cheia, equivalente a 5 saquinhos. Em um mês, trabalhando 20 noites e estimando-se a venda de 50 unidades por noite e cobrando R$ 2 cada, chegamos a um total de 1.000 saquinhos de pipoca que geram uma receita de R$ 2 mil. E quem não aprecia um pastel? Por conta disso, são vendidos, em média, 200 unidades por feira. Multiplicando por 26 dias de trabalho temos 5.200 pastéis. Adotando o preço de R$ 2 a unidade atinge-se a receita mensal de R$ 10.400.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

RECURSOS DE ACORDO FIRMADO ENTRE MP E A GERDAU IRÃO GARANTIR RESTAURAÇÃO DA ROTUNDA

Em cumprimento a Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a Gerdau realizou a transferência de R$ 2.948.500,00 para a restauração da rotunda ferroviária de Ribeirão Vermelho, importante patrimônio histórico tombado pelo Estado. A iniciativa, projeto "Preservar para conhecer, conhecer para preservar - narrar, restaurar e recriar a Rotunda Ferroviária de Ribeirão Vermelho", visa à restauração da rotunda ferroviária e a promoção de atividades de engajamento comunitário e educação patrimonial em Ribeirão Vermelho. Será executada pela Associação Arquitetas Sem Fronteiras (ASF Brasil), e as obras começam em 15 de setembro, com previsão de conclusão em 14 meses. Patrimônio centenário A rotunda ferroviária é uma edificação circular de 75 metros de diâmetro, construída entre 1895 e 1897. Com materiais nobres importados da Escócia e da França, serviu como principal instalação de manutenção da Estrada Férrea Oeste de Minas, e continu...

PREFEITOS DO SUL DE MINAS ASSINAM ACORDO INÉDITO PARA CRIAÇÃO DE SISTEMA REGIONAL DE INOVAÇÃO

Encontro promovido pelo Sebrae Minas e Governo do Estado reúne seis municípios e cerca de 150 lideranças regionais para formalizar a cooperação intermunicipal e instituir comitê integrado de inovação Com o apoio do Sebrae Minas e do Governo do Estado, os prefeitos de Varginha, Lavras, Itajubá, Santa Rita do Sapucaí, Poços de Caldas e Pouso Alegre assinam, no dia 4 de setembro, em Pouso Alegre, o acordo de cooperação intermunicipal para a criação do Sistema Regional de Inovação (SRI) do Sul de Minas. Inédita no estado, a iniciativa inaugura uma agenda conjunta entre os municípios para o fomento à inovação e o fortalecimento do desenvolvimento econômico sustentável na região. O SRI é resultado de uma articulação iniciada em 2024 pelo Sebrae Minas e pelo Governo do Estado, com o propósito de integrar representantes do poder público, setor privado, instituições de Ensino Superior e sociedade civil. Além da assinatura do acordo, o encontro marcará a constituição do primeiro comitê govername...

REGIÃO SUL DE MINAS REGISTROU 14.315 ADMISSÕES EM JULHO, SEGUNDO DADOS DO CAGED

No período, Brasil registrou 2,2 milhões de admissões, sendo 82,6 mil contratações temporárias A região do Sul de Minas registrou 14.315 admissões no mês de julho, de acordo com os dados divulgados pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O número de demissões foi de 14.794 no período. Do total de contratados, 56,02% eram homens e 43,98% eram mulheres. Sobre a escolaridade, os dados mostram que 66,34% dos admitidos tinham ensino médio completo, 8,77% ensino médio incompleto e 7,64% superior completo Em relação à faixa etária, o Caged aponta que 27,75% do total de pessoas tinham idades entre 18 e 24 anos, 24,41% entre 30 e 39 anos e 17,32% entre 40 e 49 anos. No período, o setor que mais contratou na região foi Serviços (41,01%), seguido pelo Comércio (26,81%) e Indústria (20,82%). Em todo o Brasil, foram 2.251.440 admissões, 2.121.665 desligamentos e saldo positivo de 129.775 empregos formais. O setor que mais contrato...