
O delegado responsável pelo caso, Sérgio Murilo de Lima, conta que a polícia só descobriu a farsa na última segunda-feira, quando o estelionatário foi até a Polícia Federal para fazer um passaporte.Ao verificar os dados do requerimento do documento, a polícia percebeu que havia um outro pedido de passaporte com o mesmo nome. Os agentes, então, passaram a investigar se tratava-se apenas de uma coincidência ou de um caso de estelionato.
A polícia descobriu que, em 1999, um morador o município registrou um Boletim de Ocorrência, informando que havia perdido os documentos. Procurada, a vítima relatou que há anos vinha tendo problemas com seu nome, que já havia sido inscrito, indevidamente, no cadastro do SPC/Serasa.Para verificar a história, a polícia pediu ao Instituto de Identificação, em Belo Horizonte, que enviasse as digitais de quem tirou a primeira carteira com o nome usado pelo falsário e descobriu que a vítima era a verdadeira dona do documento.
Depois, a polícia foi até a casa do estelionatário. "Nós questionamos ele sobre informações básicas, como o nome dos pais, e ele se enrolou para responder. Isto bastou para termos certeza de que ele vivia com uma identidade falsa", diz o delegado.
A farsa criada e vivida pelo dançarino que chegou ao ponto dele registrar dois dos três filhos com o nome da vítima identificada pela Polícia Federal, que não é pai. Uma outra filha do suspeito, de um relacionamento anterior, segundo a PF, foi registrada com outro nome falso. "Ele (suspito) trata tudo com naturalidade. No seu depoimento, ele justificou que quando chegou a Uberlândia perdeu os seus documentos legítimos e achou a identidade da vítima, colocou sua fotografia e passou a usar.
A mulher do acusado acompanhou o interrogatório estupefata. Não desconfiava de nada", relata o delegado.A polícia tenta descobrir agora o verdadeiro nome do estelionatário que, apesar de ter fornecido um outro nome, não convenceu o delegado. Ele está preso na Penitenciária Jacy de Assis, em Uberlândia, à disposição da Justiça Federal.
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