
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) promete, até junho do ano que vem, acabar com os buracos das estradas federais que cortam Minas Gerais, cuja extensão chega a 8,4 mil quilômetros. Quem garante é o superintendente da autarquia no estado, Sebastião Donizete de Souza, que anuncia investimentos de R$ 902 milhões no Programa de Restauração e Manutenção de Rodovias (Crema). O ambicioso plano vem em ano pré-eleitoral, com fraco desempenho na execução de recursos. Pouco do que estava previsto no Orçamento 2009 para as BRs mineiras foi gasto até agora – cerca de R$ 100 milhões, de um total de R$ 850 milhões. O “buraco zero” será executado em duas etapas. Já em curso, a primeira contempla 25 trechos das BRs 040, 116, 146, 251, 381 e 459, entre outras. São 2,5 mil quilômetros, sendo que a metade já tem obras contratadas. “O restante deve ser assinado ainda este mês”, afirma o superintendente, esclarecendo que não se trata de um paliativo. Pelas regras do Crema, as empreiteiras trabalham por dois anos. Primeiro, recuperam o asfalto, a rede de drenagem e a sinalização. Em seguida, fazem manutenção para evitar que o trecho se deteriore. As melhorias no primeiro pacote de estradas estão previstas para novembro.
Os contratos somam R$ 350 milhões, bancados com recursos da União. A maior soma deve ser investida nas BRs 116 (Rio-Bahia), que receberá R$ 120 milhões, e 040 (R$ 68 milhões). Até lá, o Dnit pretende tocar licitações e contratar empresas para devolver as condições de tráfego e conservar outros 30 trechos, que somam 2,8 mil quilômetros. Na lista, entre outras, estão as BRs 356, 354, 365. Os R$ 525 milhões para a segunda fase virão de um financiamento com o Banco Mundial (Bird), já assegurado, segundo Donizete. Quase um quinto da verba vai para a BR-262. Nas contas do superintendente, em 13 meses essas estradas estão restauradas, cabendo às construtoras cuidar para que as condições de segurança e conforto se mantenham. O programa exclui obras estruturais, como duplicações, correções de traçado e alargamentos. Significa que pleitos eternos da população, como a reconstrução da BR-381, entre Belo Horizonte e Governador Valadares, continuam no sonho. No entanto, se cumprida, a promessa de restaurar toda a malha mineira já representará uma revolução, especialmente em trechos como o da BR-265, entre São João del-Rei, nos Campos das Vertentes, e Lavras, no Sul.
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