
“Vamos programar os trabalhadores para o caso de entrarmos em greve ou promover uma operação ‘tartaruga’, com o objetivo de atrasar os horários dos ônibus. Podemos também fazer com que os funcionários deixem de comparecer à garagem da empresa. Vamos dar total suporte a eles para que aconteça uma greve aqui em Itajubá”, garantiu. O Sindicato, que possui uma sub-sede em Itajubá, reivindica aumento salarial de 8%, plano de saúde familiar e vale alimentação de R$ 150,00. “A empresa já está há muitos anos oferecendo uma ‘mixaria’ a seus trabalhadores. Trocou a administração, mas está a mesma coisa. Conseguimos agora um plano de saúde depois de dez anos de reivindicação, mas este contempla apenas o funcionário. Queremos que ele seja extensivo aos dependentes”, disse.
Ricardo lembrou que a Viação Santa Rita, empresa responsável pelo transporte urbano em Santa Rita do Sapucaí (MG), há 42 km de Itajubá, cobra tarifa de R$ 1,20 e ainda assim oferece melhor remuneração a seus empregados. “Coisa que não acontece aqui, mesmo com a passagem sendo cobrada ao valor de R$ 2,00. Itajubá tem a tarifa mais cara do Sul de Minas. Santa Rita é uma cidade menor e lá os funcionários têm plano de saúde extensivo aos familiares e cesta básica”, reivindicou.
O Sindicato dos Metalúr-gicos de Itajubá também apóia a iniciativa. Segundo o diretor deste Sindicato, Paulo Henrique Gabriel, a luta dos trabalhadores é uma só, independente de categoria. “Esta insatisfação afeta também os funcionários das fábricas que são usuários do transporte público. Com a redução dos horários de ônibus, muitos estão chegando com atraso nas fábricas, prejudicando os trabalhadores que, em alguns casos, têm que pagar essas horas no sábado ou perdem a cesta básica como forma de punição. Apoiamos esta greve porque temos a certeza de que o aumento da passagem do ônibus não foi repassado para o salário dos trabalhadores”, afirmou. Um funcionário da empresa que optou por não se identificar manifestou sua insatisfação como cobrador de ônibus. “Recebemos em carteira apenas um salário mínimo por cerca de 9 horas de trabalho por dia. Com R$ 2,00 sendo cobrados pela passagem, a empresa poderia dar um aumento para nós”, disse. O gerente da Valônia, Gilberto Lúcio Antônio, foi procurado pela reportagem para se manifestar sobre o assunto, mas não foi localizado até o fechamento desta edição.
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