
A Polícia Civil de Pouso Alegre investiga uma instituição de ensino suspeita de venda de diplomas dos ensinos médio e fundamental no Sul de Minas Gerais. O supletivo “Nova Visão”, que tem sede em São Paulo, possui unidades em Pouso Alegre, Varginha, Lavras e Passos, ambas no Sul de Minas, e garante o diploma em até seis meses. A reportagem da EPTV comprovou que os candidatos não precisam frequentar as aulas para receber o diploma. Basta negociar e ter o gabarito das provas. No supletivo em Varginha, a atendente explicou o esquema para conseguir o diploma e após receber os R$ 450 pela matrícula entregou as apostilas. O repórter da EPTV voltou no dia marcado para fazer o exame, mas a escola estava fechada por motivo de luto. O aviso na porta surpreendeu também a vigilante Luciane de Fátima Silva, que tinha agendado a prova no mesmo dia. Ela fechou um contrato de R$ 700 para concluir os ensinos fundamental e médio. “A atendente me mandou estudar e deu uma piscadinha. Depois liguei para saber da prova e ninguém mais atendeu”, diz.
Uma outra aluna, que não quis se identificar, pagou R$ 700 em duas parcelas para conseguir o diploma de ensino médio. Ela passou na prova que foi feita em abril deste ano e até hoje não conseguiu o diploma. Recebeu apenas um certificado de conclusão do ensino médio, em nome de uma instituição do Rio de Janeiro. A escola, segundo a Secretaria de Educação do Rio, foi fechada no final do ano passado por vendas de diplomas e por emissão do documento para alunos de outros estados, o que é irregular. De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública de São Paulo, o dono do cursinho, George Cassiano Zorzan Vieira, foi assassinado no início de agosto durante um assalto. As advogadas dele disseram que desde então os funcionários abandonaram as unidades do supletivo.
Em Passos e em Pouso Alegre as escolas também estão fechadas. A polícia apreendeu vários documentos do supletivo, entre eles gabaritos de provas já preenchidos, aguardando apenas as assinaturas dos estudantes. A reportagem tentou contato também na unidade de Lavras, mas os telefones não foram atendidos. A Polícia Civil de Pouso Alegre vai investigar ainda a participação de outras pessoas no golpe. O inquérito deve ser concluído em 30 dias. No Ministério Público Federal de Pouso Alegre a informação é que não existe nenhum processo contra a Instituição.
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