Gafe. Ministra esquece projetos que estão na gaveta há anos para contemplar um outro que só ela conhece
Em visita a cidades de Minas Gerais, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, cometeu uma gafe ao anunciar a liberação de verbas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) para a construção da linha 4 do metrô de Belo Horizonte, projeto que ainda não existe. A lista de projetos e recursos liberados pelo PAC 2 será divulgada em março, pelo presidente Lula.
"Nós estamos prevendo a inclusão no PAC 2 dessa linha 4 do metrô", disse a ministra em entrevista a uma rádio de Belo Horizonte na manhã de ontem. A ampliação do metrô na capital mineira é uma reivindicação antiga da população, já que, atualmente, a cidade só conta com uma linha que liga as estações Vilarinho e Eldorado e que transporta, em média, 150 mil usuários por dia. A construção das linhas 2 (Barreiro/Santa Tereza) e 3 (Pampulha/Savassi) já tem projetos concluídos, mas ainda não saíram do papel por falta de recursos.
A assessoria de imprensa da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), empresa responsável pela implantação, gestão e operação do sistema, disse que desconhece o projeto da construção da linha 4 e que, agora, concentra seus esforços na concretização dos projetos das linhas 2 e 3.
Para o vice-prefeito de Belo Horizonte, Roberto Carvalho (PT), quando a ministra mencionou a construção da linha 4, referiu-se a todo o complexo do metrô, incluindo a construção das linhas 2 e 3, a criação de novos ramais e a ampliação da frota na capital. Na semana passada, Carvalho esteve reunido em Brasília com a ministra Dilma e, segundo ele, reforçou o pedido de que o metrô fosse incluído nos projetos contemplados pelo PAC 2.
"Entreguei o projeto do metrô à ministra e pedi prioridade por ser tão importante para a população e o trânsito da capital. Até então, temos a informação antiga de que seriam liberados R$ 1,7 bilhão da União, R$ 400 milhões do governo do Estado e R$ 200 milhões da prefeitura. A receptividade da ministra foi excepcional e acredito que a verba será liberada em março", avalia.
Para o professor de Transportes Públicos e Logística da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerias, David Ahouagi, o metrô é uma obra de longo prazo que depende de recursos e de muita vontade política.
Gafes de Dilma
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