O mercado de planos de sáude em Minas vai ganhar um modelo novo de operação a partir de 1º de novembro. O cartão pré-pago de saúde – que funciona basicamente como os de celulares, só que nesse caso os clientes colocam créditos e com eles pagam exames e consultas – já está sendo negociado em Varginha e Poços de Caldas, no Sul do estado, pela empresa I Sul Minas, criada pela Unimed Federação Sul de Minas. O produto é destinado a consumidores das classes C e D, com renda familiar de R$ 500 a R$ 2,5 mil. Até segunda-feira haviam sido comercializados 18 mil cartões nas duas cidades, de acordo com o diretor da Divisão de Saúde da APPI, Alberto Techera. A APPI é especializada em pagamentos eletrônicos e é a fornecedora de tecnologia para que os pre-pagos de saúde funcionem.
Entretanto, o pré-pago de saúde – já comercializado em Itaperuna (RJ) desde 2007, e há três meses em Cachoeira do Itapemirim (ES) – desembarca em Minas em meio a controvérsias. Primeiro porque a modalidade não é reconhecida como plano de saúde pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O órgão define o pre-pago como “cartão de desconto”. “A ANS não regulamenta e também não aconselha a aquisição deste produto porque ele não tem características definidas por lei de um plano de saúde e qualquer operadora (de plano de saúde) ou empresa registrada na agência são proibidas de comercializar o cartão”, afirma a gerente geral de Estrutura e Operação de Produtos da ANS, Carla Soares.
Alerta
No comunicado 9, a ANS alerta os consumidores sobre os sistemas de descontos. “Não são planos de assistência à saúde e são vendidos por empresas que não garantem e não se responsabilizam pelo que é oferecido. A oferta e propaganda desses serviços como plano de saúde pode confundir o consumidor na hora da escolha de seu plano”. Techera, da APPI, afirma que em três anos de operação, somente dois casos de clientes foram registrados nos Procons. “E porque o crédito não estava disponível por uma falha técnica”, diz.
Procurada, a Unimed Federação Sul de Minas afirma que não apenas elas, mas “algumas cooperativas médicas do Sul de Minas criaram a I Sul Minas”. “A empresa (I Sul Minas) vai lançar um produto destinado ao público que não tem plano de saúde (classes C e D), trata-se de uma operação de crédito em que o cliente programa suas consultas, exames de rotinas e outros (e sabe seu custo com antecedência). O cliente adquire os créditos necessários e os utiliza na rede contratada pagando o seu atendimento na forma de transferência de crédito diretamente ao prestador”, declarou, por meio de nota, o gerente da I Sul Minas, Warlei de Arimatéia Martins.
da Gazeta Web e Portal do Consumidor
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