No último dia 21, o Sol mal havia despontado no horizonte e o caminhão conduzido por Tatuí, cidade de origem e também apelido do simpático motorista da empresa beneficiadora do óleo de cozinha já estava estacionado em frente ao depósito da Rede Varginha. Naquela manhã fria de inverno seria comercializada o fruto da conscientização de empresas e indivíduos varginhenses que durante seis meses destinaram corretamente para a reciclagem, quase três toneladas de óleo de cozinha usado.
Analisando friamente os números é impossível imaginar o empenho de cada membro da Rede para que a operação fosse concretizada. Como formiguinhas, o grupo tem introduzido na sociedade o potencial das redes sociais, comumente confundido com midias sociais da Internet. Uma Rede é a união de cidadãos, empresas e governos que partilham valores e objetivos comuns. Porém a tomada de decisões está sempre centrada em ´humanos´. No caso da ´Rede Varginha pela Coleta de Óleo de Cozinha Usado´, a causa é óbvia, mas conectado a esse Movimento está o despertar de que é possível fazer muito quando cada individuo se empodera de uma função que desempenha com o coração, sem que seja imposta obrigatoriedades.
Redes não possuem hierarquias mas a nossa teia tem um piloto: o guarda municipal Antônio Toledo. Nas horas vagas, este empreendedor há anos tecia sua rede percorrendo bairros da cidade em uma kombi vendendo produtos de limpeza. Toledo foi introduzido à Rede em 2010 por intermédio do membro Vinícius Valle, e literalmente arregaçou as mangas para se tornar nosso primeiro coletador local. A parceria se dá de uma forma muito clara e, teoricamente, simples. Ecopontos abertos por ele, 10% da comercialização para a Rede. Ecopontos da Rede, 50% para dele. Antônio já emprega um colaborador e faz a roda engrenar e girar.
por Diego Gazola, diretor da consultoria Muda de Ideia e também membro da Rede Varginha
Comentários