Um dos mais emblemáticos e famosos personagens da história de Congonhas nasceu no século 20 e, por anos, trouxe multidões à cidade. Seu nome era José Pedro de Freitas, popularmente conhecido como Zé Arigó.
Essa e outras histórias de ilustres cidadãos conhecidos e desconhecidos compõem a exposição “Museu de um povo”, que será aberta na hoje, terça-feira, 25, às 20h, no Museu da Imagem e Memória de Congonhas.
O evento abre aprogramação da Semana do Aleijadinho. O objetivo é um resgate de personalidades que ajudaram a construir a identidade local, possibilitando a apropriação dessa riqueza pelos moradores e turistas.
O Museu da Imagem e Memória está localizado na ladeira que dá acesso ao Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, à rua Bom Jesus (Ladeira), nº 250, na Basílica.
Entre os itens que compõem o acervo do Museu estão cartas psicografadas; cartas de médicos que haviam desenganado seus pacientes, mas indicavam a intervenção de Arigó como última solução; utensílios usados pelo médium nas cirurgias e fotos.
Outros personagens importantes para a história da cidade também são lembrados no Museu.
Um homem além de seu tempo
Arigó nasceu e viveu todos os seus 49 anos na cidade. Os dons mediúnicos se manifestaram ainda criança, mas sua família católica não entendia ou aceitava a situação.
Anos depois, ao compreender sua missão, passou a atender inúmeras pessoas vindas de todo o país em busca de curas espirituais para males diversos.
Os relatos de sucesso de seus atendimentos ganhavam o país e despertavam a atenção de famosos, que passaram a procurá-lo. Não demorou para que Zé Arigó, que incorporava o espírito do médico alemão Dr. Fritz, fosse questionado pelas cirurgias e efetividade do trabalho, sendo preso por duas vezes.
A curiosidade trouxe inclusive cientistas norte-americanos a Congonhas, com o intuito de conhecerem e registrarem os métodos de trabalho de Arigó.
Após sete meses preso, fundou o Centro Espírita Jesus Nazareno. Longas filas eram formadas diariamente na cidade por pacientes vindos de todo o Brasil e também da Europa, Estados Unidos e outros países da América Latina. Arigó atendia a todos, sem distinção ou cobranças.
Essa foi a rotina do Centro Espírita até janeiro de 1971, quando o médium morreu em um acidente de carro na BR 040.
Exposição em homenagem ao povo e sua identidade
Os moradores de Congonhas e turistas que visitarem o Santuário terão a oportunidade de conhecer essas e outras histórias. Essa exposição, que será permanente, é mais uma iniciativa vinculada aos 30 anos do reconhecimento do Santuário como Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), comemorados em 2015.
Desde o início do ano, a Prefeitura vem realizando uma série de atividades para potencializar a apropriação dessa riqueza pelos moradores.
Para isso, desenvolve um trabalho de reconceituação do sistema de museus da cidade, o que inclui o lançamento de uma marca comemorativa; capacitação da equipe própria, comerciantes e taxistas; criação de programa educativo; mobilização da comunidade; instalação de sinalização viária e interpretativa nos padrões da UNESCO; aplicativo para smartphones com informações turísticas em quatro idiomas e, em breve, a inauguração do Museu de Congonhas.
da assessoria - Prefeitura de Congonhas
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