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EMPREENDER NO MUNDO

Sebrae Minas e Prefeitura de Boston disponibilizam informações para brasileiros que têm ou querem abrir o próprio negócio fora do Brasil
José Ronaldo Ferreira, empresário brasileiro em Boston


Segundo estudos da Prefeitura de Boston, os emigrantes brasileiros geraram, em 2014, uma receita tributária de US$ 7 milhões no estado de Massachusetts (EUA). 

Os gastos dos brasileiros com o pagamento de mão de obra e consumo totalizaram US$ 206 milhões, o que garantiu a manutenção de 1.100 empregos na economia americana. Os dados indicam o nível de empreendedorismo dos brasileiros na América do Norte. 

Para apoiar esses empreendedores, o Sebrae Minas disponibiliza, em seu portal, informações, dicas de materiais e capacitações para brasileiros que residem e trabalham no exterior, mas querem empreender ou aprimorar a sua empresa.

A iniciativa faz parte da parceria firmada com a Prefeitura de Boston, celebrada há quase 10 anos. O portal tem o objetivo de fomentar o empreendedorismo e a melhoria da gestão dos pequenos negócios. 

Entre 2006 e 2014, esse intercâmbio entre as instituições promoveu, por meio do projeto Remessas, a capacitação de mais de 3.000 empreendedores com negócios no exterior, principalmente nos EUA. O projeto também atendeu a beneficiários no Brasil, esses faziam a gestão de empresas que recebiam recurso dos imigrantes.

Um dos levantamentos divulgados pela prefeitura de Boston afirmava que o município tinha, em 2012, 150 empresas de brasileiros. 

Esses negócios eram distribuídos em atividades como restaurantes, supermercados, agências de viagens e seguros, imobiliárias, entre outras. 

“Estima-se que hoje esse número seja muito maior. Naquele período, essas empresas somavam mais de US$ 40 milhões em vendas, além de cerca de US$ 2 milhões em impostos gerados com empregos diretos e indiretos”, informa Alanni Barbosa, analista do Sebrae Minas.

José Ronaldo Ferreira, 44 anos, natural de Presidente Olegário, Noroeste de Minas Gerais, é um dos brasileiros que empreende nos EUA. 

“Tudo começou com o sonho de viver na América para ter uma condição de vida melhor e poder ajudar minha família no Brasil”, lembra. Esse sonho já completou 18 anos, e ele não tem do que se queixar. 

“Aqui aprendi muito”, diz o brasileiro, que batalhou para conseguir a oportunidade de abrir o próprio negócio em terra estrangeira. “Fiz uma pesquisa de mercado e resolvi abrir um escritório de despachante, onde atuo como notário”, conta. 

Em seu office, localizado na esquina do Consulado do Brasil em Boston, José Ronaldo já atendeu grandes empresas brasileiras como a Caixa, o Banco do Brasil e o próprio Sebrae.

José Ronaldo não empreende só no Estados Unidos: ele também abriu, há seis anos, um brechó em sua cidade natal, onde revende artigos comprados nos EUA e que funciona em parceria com sua mãe. 

“Recentemente, fiz um plano de negócios para essa empresa com a ajuda de cursos e palestras do Sebrae, e tem dado muito certo”, relata. O empreendedor conta que a cultura de negócios nos dois países é bem diferente. “Aqui nos EUA as pessoas compram à vista. Já no Brasil há a cultura das compras parceladas”, comenta.

Para quem pensa em investir no próprio negócio, dentro ou fora do Brasil, José Ronaldo recomenda o que aprendeu. Para ele, é fundamental gostar e conhecer a área em que pretende atuar. “Tem que elaborar um plano de negócios, pois assim é possível ter certeza de fazer a coisa certa”, completa.

Capacitação internacional
Os churros da Sweet Pan Gourmet fazem sucesso entre os norte americanos

Por meio do projeto Remessas, que era apoiado pela Caixa e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), os empreendedores brasileiros tiveram acesso a cursos, oficinas e palestras, além de consultorias de gestão nas áreas de finanças, marketing e recursos humanos. 

O projeto foi encerrado em 2015. A principal carência dos empreendedores era relacionada à organização financeira e a planejamento do negócio, como foi constatado nos cursos e consultorias do Sebrae Minas.

Somente em Boston e cidades vizinhas, 742 pessoas foram atendidas com ações de capacitação em educação financeira, planejamento e gestão. 

E ainda houve mais de 43 mil participantes, nos EUA, em cursos a distância do Sebrae. As consultorias para 119 empresas localizadas em Governador Valadares e cidades vizinhas proporcionaram um acompanhamento mais próximo. 

“A área financeira foi a mais demandada. Com as consultorias, 71% dos empreendedores que faziam a contabilidade doméstica junto com a da empresa passaram a separar as finanças da família e do negócio” conta Alanni.

A catarinense Izabella Luiz, que mora há 16 anos em Worcester (Massachusetts) começou, em 2005, a fazer bolos e doces para vender entre amigos. 

A produção caseira aumentou e, em 2015, a empreendedora abriu uma pequena empresa, a Sweet Pan Gourmet – panela doce em português –, especializada em brigadeiros e churros. Hoje ela leva o doce mais querido do Brasil para feiras brasileiras, hispanas e americanas. 

“A experiência de empreender nos EUA é ainda nova para mim, mas está sendo muito prazerosa”, conta Izabella. Apesar do desafio e da falta de experiência à frente do próprio negócio, ela diz estar confiante. 

“Fiz um planejamento e uma pesquisa de mercado antes de abrir meu negócio oficialmente”, afirma com a convicção de ter feito a escolha certa.
por Aline Freitas - da Agência Sebrae Minas de Notícias

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