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EM ENTREVISTA, LULA DIZ QUERER SER CANDIDATO E PEDE TRANSMISSÃO AO VIVO DE DEPOIMENTO A MORO


“Na situação em que estamos, eu quero ser candidato a presidente. Porque, sem nenhuma falsa de modéstia, as pessoas sabem que eu sei como consertar este país”, afirmou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar exibida na última quarta-feira, 26, pelo SBT.

Durante a conversa de cerca de 50 minutos exibida em dois jornalísticos da emissora, Lula falou sobre sua pretensão de se candidatar à Presidência da República e garantiu que não surgirá nenhum impedimento jurídico que possa tirá-lo da disputa.

“Eu vou ter condições jurídicas de ser candidato, não há nenhuma razão jurídica para eu não ser candidato. (Na hipótese de ser artificialmente criado um impedimento jurídico), seria melhor dizer: ‘vamos dar um segundo golpe neste país e não fazer eleição em 2018’”, afirmou, reafirmando sua inocência em todas as acusações que sofre no âmbito da Operação Lava Jato e na Justiça Federal de Brasília.

Sua principal motivação para disputar as eleições de 2018, segundo contou ao jornalista, é o povo brasileiro que sabe que ele pode resgatar o país do desmonte promovido pelo atual governo.

“Já fizemos isso uma vez. Quer resolver o problema do país? Vamos incluir os pobres no Orçamento, e não fazer o que estão fazendo agora, todas as medidas para sair da crise envolvem apertar o cinto dos pobres e favorecer os ricos”. Para o ex-presidente, a União precisa ser o motor de arranque da economia promovendo investimentos e não tirando direitos.

Lula respondeu a todas as questões levantadas pelo jornalista sobre a Lava Jato. Questionado sobre seu depoimento, remarcado pelo juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sérgio Moro, para o próximo dia 10 de maio, Lula defendeu que a oitiva seja transmitida ao vivo para evitar os já recorrentes vazamentos seletivos.

“Eu quero ficar frente a frente com os meus acusadores. Você (dirigindo-se ao jornalista Kennedy Alencar) poderia fazer um favor para mim? Enviar uma carta para o Moro pedindo que meu depoimento seja aberto para a imprensa? Para não ficar subordinado ao vazamento. Já que é para vazar, vamos fazer um depoimento aberto, ninguém esconde nada”, pediu Lula.

Segundo ele, o depoimento é uma oportunidade que terá de falar a verdade e se explicar à sociedade após três anos sendo “massacrado” pela mídia perante a opinião pública.

“O grande problema da Lava Jato é que eles se subordinaram aos meios de comunicação para obter sucesso. E, agora, isso não pode agora acabar com manchete inocentando o Lula, porque eles me acusam há três anos. Eles sabem que não vão encontrar nada contra mim, mas estão fazendo o que podem fazer para evitar minha candidatura (à presidência da República).”

Sobre o fato de Moro ter proferido decisão obrigando-o a comparecer ao depoimento das 87 testemunhas que seus advogados elencaram para o processo, só para depois voltar atrás dizendo que pode rever a decisão se for reduzido o número de depoentes, Lula foi taxativo: “Nós chamamos quem achamos importante para exercer meu direito de defesa. Não tem barganha. Se precisar, eu me mudo para Curitiba para comparecer às audiências. Não deixaremos de ouvir quem consideramos importante.”

Já a respeito de depoimentos de executivos que se encontram presos e que eventualmente alegam que Lula seria o proprietário oculto do apartamento triplex em um condomínio no Guarujá, ele disse: “O MPF (Ministério Público Federal) começou mentindo e continua mentindo. Para provar que sou proprietário, tem que ter recibo, registro em cartório, uma escritura. Se eu não paguei, não tenho chave, se a empresa dá o apartamento como garantia de vários empréstimos que efetua, então o apartamento não pode ser meu! A mesma coisa com a chácara (de Atibaia): se eles sabem que tem dono, se investigaram tudo, e agora não sabem como sair da mentira, o problema não é meu, é deles!”

Lula fez um balanço a respeito da Lava Jato, destacando que há, sim, aspectos positivos na operação: “A Lava Jato tem méritos na medida em que está apurando a corrupção. O problema é que o juiz Moro subordinou o sucesso da apuração à criminalização das pessoas na opinião pública, através da imprensa”.

E completou: “Quem sabe das coisas primeiro não são os advogados de defesa, quem sabe primeiro é a imprensa, que execra as pessoas e facilita o trabalho de condenação. Isso eu condeno. Se um juiz precisa que a imprensa condene publicamente para ele ter razão, então precisamos rever o papel do Judiciário”.

Lula respondeu também sobre as palestras que realizou após deixar o cargo de presidente da República, e da acusação de que elas seriam uma forma de pagamento de vantagens ilícitas a ele. “Quando deixei a Presidência, fui chamado por muitas empresas para ser consultor. O PT me registrou como funcionário e eu recusei um salário de R$ 23 mil. Quando comecei a palestrar, recebi propostas dos empresários que tinham trabalhado para líderes mundiais como do Gordon Brown e Bill Clinton. Fiz 72 palestras, para banco, empresa de automóvel, construtora, tem tudo. Eu era um conferencista caro porque deixei a presidência em 2010 sendo o presidente da República mais bem sucedido do século 21. Não é ufanismo, mas é preciso ter orgulho disso, enquanto brasileiro.”

Eleições 2018
O jornalista perguntou também a respeito dos eventuais opositores de Lula em uma eventual eleição em 2018, especificamente do prefeito de São paulo, João Doria (PSDB), que vem fazendo críticas públicas e gratuitas ao ex-presidente.

“Doria está querendo seus cinco minutos de glória, que eu responda a suas críticas. Mas ele precisa vencer os obstáculos de governar São Paulo, o que não se faz com pirotecnias.”

Ainda sobre os adversários que espera enfrentar em 2018, Lula afirmou: “Eu quero enfrentar o candidato dos banqueiros, que ao mesmo tempo seja candidato da Rede Globo. Eu duvido que algum setor da economia ganhou mais dinheiro que ganhou no meu tempo de governo, dos mais humildes trabalhadores aposentados aos maiores empresários. Poucas vezes este país teve um presidente que transitava em todos os setores da sociedade, promovendo a conciliação. É isso que quero trazer de volta”, concluiu.



com assessoria

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