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PESQUISA MOSTRA A IMPORTÂNCIA DAS POLÍTICAS DE PERMANÊNCIA PARA ALUNOS COTISTAS

Desempenho dos beneficiados pelas ações afirmativas equipara-se à ampla concorrência
 
Uma pesquisa desenvolvida pela historiadora Mariza Aparecida Costa Pena aponta que os ingressantes na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) pela política de ação afirmativa têm desempenho acadêmico igual ao dos alunos ingressantes por ampla concorrência.
 
Os dados mostram que, mesmo tendo passado com notas inferiores no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e enfrentarem problemas de adaptação no início do curso, o resultado é equilibrado.
 
O estudo analisa o percurso acadêmico de alunos cotistas que iniciaram seus estudos no ano de 2013.

A dissertação mostra também que não há diferença significativa entre os índices de reprovação de estudantes cotistas e da ampla concorrência, assim como a proporção de evasão é estatisticamente igual, no geral e nos cursos da amostra.
 
A única exceção é do curso de Serviço Social, que tem a evasão de cotistas menor estatisticamente que os demais estudantes.

Independente das cotas, o estudo mostra a importância dos programas de bolsas da UFOP para a permanência e combate à evasão motivada por dificuldade de manutenção nas cidades onde a Instituição atua.
 
A pesquisa deu ênfase aos ingressantes pela Política de Ação Afirmativa destinada para pessoas que cursaram todo o ensino médio em escolas públicas e que têm renda familiar bruta mensal de até 1,5 salário mínimo per capita.
 
Por temerem atrasar o curso e por terem os gastos financeiros aumentados, a maioria dos cotistas entrevistados deixou de participar de programas de mobilidade acadêmica.

Foram analisados estudantes de seis cursos de graduação de acordo com o nível socioeconômico (NSE): Medicina, Nutrição, Engenharia Civil, Engenharia da Computação, Direito e Serviço Social. "São nos cursos de maior NSE que os alunos têm mais dificuldade. Tanto para ingressar, por causa da concorrência e do nível dos cursos, quanto para permanecer", declara a pesquisadora.

Os dados são resultado da pesquisa de mestrado de Mariza Pena no Programa de Pós-Graduação em Educação da UFOP intitulada "Caminhos de estudantes participantes da política de ação afirmativa: oportunidades e desafios no ensino superior".
 
A motivação foi o interesse em saber o percurso dos alunos que foram beneficiados pelo programa e o fato de que, à época da implantação da Lei de Cotas, "muitas pessoas acreditavam que a presença deles [cotistas] poderia prejudicar a situação acadêmica dos outros e levar para baixo o índice de desempenho da universidade", justifica.

Mariza conclui na pesquisa que as políticas de ação afirmativa têm contribuído para que estudantes das camadas menos favorecidas ingressem na Universidade e que as políticas de permanência têm possibilitado a permanência desses estudantes até a conclusão do curso.
 
"Porque não adianta ingressar, têm que permanecer", declara. A pesquisa complementa ainda que, embora esses alunos enfrentem dificuldades, eles têm contribuído para que a Instituição tenha mais diversidade. "Temos hoje uma diversidade cultural, econômica e de raça jamais vista no ensino superior, que antes era destinado às elites", completa.

Mariza Pena faz parte do corpo de técnicos-administrativos em educação da Universidade Federal de Ouro Preto e foi beneficiada no acesso ao programa de mestrado por uma política de cotas da Instituição que estabelece que 10% das vagas devem ser destinadas aos servidores.
 
"É gratificante ter a possibilidade de continuar meus estudos e, principalmente, poder contribuir com a melhoria da Universidade e possibilitar que ela se conheça melhor", avalia.

Lei 12.711 - A lei, de 29 de agosto de 2012, mais conhecida como Lei de Cotas, entrou em vigor na UFOP no 1º semestre de 2013, mas a instituição já reservava, desde 2008, 30% das vagas nos cursos de graduação para estudantes egressos de escolas públicas.
 
A Lei de Cotas determina que 50% das vagas por curso sejam destinadas a pessoas que tenham concluído o Ensino Médio em escolas públicas, as quais devem ter renda bruta de até ou igual a 1,5 salário mínimo per capita, ou ser autodeclaradas negras, pardas ou indígenas. A partir deste ano, as pessoas com deficiência também serão incluídas.

As políticas de ações afirmativas são medidas que objetivam “combater discriminações étnicas, raciais, religiosas, de gênero ou de casta, aumentando a participação das minorias no processo político, no acesso a educação, saúde, emprego, bens materiais, nas redes de proteção social e/ou no reconhecimento cultural”, segundo o Grupo Multidisciplinares de Ação Afirmativa (Gemaa) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), a primeira a adotar a lei.

da assessoria UFOP

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