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MAIS DE 200 MIL PEÇAS SÃO PRODUZIDAS POR PRESOS DE PRESÍDIO DO VALE DA ELETRÔNICA

Três empresas estão instaladas na unidade do Sul de Minas e produzem mais de 200 mil peças de eletroeletrônica por mês. Quase metade dos detentos estão trabalhando

Entre as montanhas do Sul de Minas, o Presídio de Santa Rita do Sapucaí se destaca pelo trabalho executado na ressocialização dos presos que cumprem pena no local. 

A região tem ganhado atenção por seu polo industrial de eletroeletrônica e parte dessa atividade está na unidade prisional da cidade. São três empresas do ramo que se instalaram no local e, juntas, empregam 50 presos. Há ainda outras atividades laborais ofertadas para mais 30 detentos.

A iniciativa partiu do diretor-geral do presídio, Gilson Rafael Silva, que há nove anos assumiu a gestão e transformou a unidade prisional. 

“Quando cheguei aqui, o presídio estava com a estrutura bastante debilitada, mas, aos poucos e com muita ajuda conseguimos melhorar a construção. Depois eu procurei a Associação Comercial da cidade e mostrei a disponibilidade dos presos para o trabalho”.

Nas instalações das empresas de eletroeletrônica são produzidas 212 mil peças mensalmente, como kits de alarmes, telefones, controles remotos, bobinas, carreteis, núcleos de cerca elétrica e suportes de câmera de monitoramento e sensor de presença.

A maior produção é da empresa Intelbrás, que está na unidade desde 2014 e em dezembro passado inaugurou dentro do presídio um galpão de 600m2. O número de presos contratados subiu de 27 para 43, e a intenção dos empresários é que o número chegue a 70 presos trabalhando.

José Adilson Laudindo é o representante da marca e diariamente está na unidade acompanhando a produção. 

“O que mudou para empresa é a questão social, saber que colocando uma parte da produção dentro do presídio está contribuindo com a ressocialização dos detentos. Dentro do galpão industrial eles aprendem a cumprir horário, seguir procedimentos e ser responsáveis. A empresa crescendo, a produção do presídio cresce também”, destaca José Adilson.

As outras empresas são a Deleon e a Indusul, ambas de eletroeletrônica. Na Indusul, são cinco presos trabalhando e a produção mensal é 12 mil carreteis, 20 mil núcleos de cerca elétrica e a montagem de 10 mil bobinas. Já na Deleon, dois detentos trabalham montando suporte de câmera de monitoramento e sensor de presença.

Além da parceria com as empresas privadas, outros 12 presos trabalham na manutenção e limpeza da unidade, oito pedalando e gerando energia para a avenida Beira Rio, conhecido endereço da cidade; e dois presos estão empregados no Hospital Antônio Moreira da Costa, trabalhando em serviços gerais e em tecnologia da informação.

O preso Felipe Villela, de 33 anos, é um dos que trabalham no hospital. Antes disso, trabalhou na Intelbrás e fez o Enem no presídio quando ainda estava no regime fechado. Ele conseguiu uma boa nota e a aprovação na faculdade, com direito à bolsa. Felipe, que já está em prisão domiciliar e com a carteira assinada pela instituição de saúde, vai sair do presídio com o emprego garantido.

Para o diretor-geral do Presídio, promover o trabalho dos presos é um método eficaz no processo de ressocialização. 

“Notadamente o trabalho e o estudo geram remição de pena, o que diminuiu consideravelmente o tempo de permanência do preso no cárcere. Proporcionar o trabalho ao apenado, além dos benefícios cria um ambiente carcerário mais disciplinado e tranquilo. Podemos destacar também que por meio do trabalho o apenado aprende um ofício e qualifica-se para o mercado. Com o salário que recebe, pode contribuir com sua família e, sobretudo, conquistar dignidade”.

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