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PESQUISA DA UFLA UTILIZA MATERIAIS ALTERNATIVOS PARA A CONSTRUÇÃO DE PAINÉIS DE CIMENTO


Os materiais alternativos estão cada vez mais presentes em projetos de engenharia, por possuírem custos menores, facilidades de uso e aproveitamento de matérias primas que geralmente seriam descartadas na natureza. 

O Departamento de Engenharia Agrícola (DEA) da Universidade Federal de Lavras (UFLA) desenvolveu uma pesquisa para produzir materiais de baixo custo e com bom conforto térmico e acústico para aplicação direta no setor de construção civil em geral. 

O projeto foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).

O objetivo da pesquisa foi produzir compósitos cimentícios do tipo painel com a adição de diferentes tipos de resíduos lignocelulósicos, como bagaço de cana de açúcar, eucalipto, casca de café, pseudocaule de bananeira e casca de coco. Também foram avaliados os efeitos dessa adição sobre a qualidade dos painéis.

Esses compósitos cimentícios são painéis fabricados a partir de uma mistura de cimento, aditivos químicos e partículas geradas a partir de materiais lignocelulósicos, que são misturados em betoneiras. Após a mistura, a massa é colocada em formas de metal e levada para ambiente climatizado por 28 dias, para a cura. Esses produtos combinam as boas qualidades do cimento (resistência relativamente alta à água, fogo, fungos e cupins acoplados) com as de materiais lignocelulósicos (alta resistência ao peso e trabalhabilidade).

De acordo com a professora Patrícia Ferreira Ponciano Ferraz, a pesquisa é um grande avanço tecnológico e social. 

“Resíduos agrícolas antes descartados ou queimados servirão para produzir compósitos com menor preço, tornando o produto mais acessível à população de baixa renda, além de contribuir para a sustentabilidade”. Outro ponto importante destacado pela pesquisadora é a busca por produto de maior isolamento térmico e acústico.

Isolamento térmico e acústico
Entre as inovações propostas pelo projeto, destacam-se as análises de isolamento térmico dos painéis. As avaliações foram realizadas por meio de caixas térmicas, que permitiram submeter o material a diferentes condições de temperatura, e também por meio de termografia infravermelha, utilizando fotos termográficas que permitiram uma boa interpretação do comportamento térmico dos painéis e a avaliação das melhores condições de utilização.

A pesquisa também incluiu análises de isolamento acústico dos painéis. Essas avaliações ainda são pouco exploradas pelos pesquisadores da área, mas têm se mostrado muito vantajosas por permitirem uma verificação do potencial de utilização destes painéis para revestimento e divisão de ambientes, visando o conforto e o bem-estar dos ocupantes.

A pesquisadora destaca que essas inovações “não só permitem mais conforto para os ocupantes das instalações, sejam humanos ou animais, como também podem, em alguns casos, reduzir o custo de energia, com a utilização de equipamentos como climatizadores, uma vez que esses produtos apresentam, normalmente, um bom isolamento térmico”.

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