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ARMAZENAMENTO DE GRANDES QUANTIAS NOS SERET'S VIROU ALVO DE QUADRILHAS

Central de distribuição de Varginha teria R$ 65 milhões cédulas
Quadrilha que estava em Varginha possuía grande arsenal de guerra. Armamento têm capacidade de derrubar uma aeronave

A ação articulada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF-MG) e pela Polícia Militar de Minas Gerais (PM) por meio do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) em Varginha, no Sul de Minas, chama a atenção para o armazenamento de células em sedes do Setor de Retaguarda e Tesouraria (Seret) do Banco do Brasil, uma central de distribuição de dinheiro para agências bancárias. Os últimos roubos ocorridos no país, orquestrados pelas quadrilhas denominadas 'novo cangaço', tiverem como alvos Seret's. Esses grupos criminosos aterrorizam cidades de pequeno e médio portes e se aproveitam da estrutura policial precária, em muitas delas.

Em Araçatuba, no interior de São Paulo, o ataque ocorrido na madrugada de 30 de agosto o Seret da cidade onde estariam armazenados em torno de R$ 90 milhões em cédulas. Segundo um colunista da Revista IstoÉ, no Seret de Varginha estariam armazenados R$ 65 milhões em cédulas. As altas quantias guardadas, cujos valores funcionários e até mesmo as autoridades policias das cidades onde possuem esses centros não têm conhecimento, indica também que essas quadrilhas têm acesso a informações privilegiadas.

Fortemente armados, homens com pistolas e fuzis de guerra, executam assaltos em instituições bancárias, chegam a fazer a população de refém. Em alguns episódios lançaram explosivos em bases da polícia e fugiram. No caso de Varginha, com a ação rápida de inteligência integrada entre as polícias, foi evitada mais uma ação que estaria prestes a acontecer. 26 homens que poderiam atacar o Seret de Varginha foram mortos e nenhum agente de segurança pública foi morto ou ferido.

Matéria publicada pelo portal Uol em setembro deste ano, acendeu o alerta sobre a questão. A quantia milionária armazenada em sedes do Seret do Banco do Brasil dizem respeito a depósitos compulsórios —como é chamada a alíquota de 17% de reserva obrigatória das agências bancárias que não pode ser movimentada para garantir a segurança nas operações com cédulas.

De acordo com a matéria, assinada pelo jornalista Herculano Barreto Filho, o uso destas sedes se intensificou como uma alternativa considerada mais segura para guardar cédulas após o assalto ao Banco Central de Fortaleza, capital do Ceará, em agosto de 2005, quando criminosos subtraíram cerca de R$ 164 milhões do local.

O jornalista chama a atenção para a preocupação das autoridades de que essas quadrilhas passem a procurar outros alvos do tipo. Só no Estado de São Paulo, segundo a reportagem, há cerca de 20 locais usados para essas reservas das instituições financeiras.

"Armazenar valores em grande quantidade não é a atividade principal dessas agências. E isso precisa ser repensado com urgência em cidades pequenas. Essas unidades não foram projetadas para isso", disse o delegado Pedro Ivo Correa dos Santos, 5ª Delegacia de Investigações sobre Furtos e Roubos a Bancos.

O roubo de Araçatuba foi o terceiro a esses locais em São Paulo. Muitas dessas quadrilhas, têm ligação com organizações criminosas, o que explica o investimento de valores milionários para executar as ações.

“Não são planos elaborados da noite para o dia. Os organizadores visam agências distribuidoras do Banco do Brasil porque, normalmente, sabem quando estarão abastecidas e, por isso, vão nos dias certos", afirma Lincoln Gakiya, promotor do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP).

Estima-se que o assalto em Criciúma tenha custado aos organizadores entre R$ 600 mil e R$ 800 mil.

*Edição, pesquisa e texto Sebastião Filho

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