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PROJETO UTILIZA A HORTOTERAPIA COMO FERRAMENTA DE INCLUSÃO SOCIAL DE ASSISTIDOS DA APAE


Preparar a terra, colocar a semente, cuidar, aprender sobre produção de mudas, manejo, colheita, essas são algumas atividades realizadas no Projeto de Extensão e Inclusão Social “ Aprendendo com as Diferenças”, uma parceria entre a Universidade Federal de Lavras (UFLA) e a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae).

Coordenado pelo professor da Escola de Ciências Agrárias de Lavras (Esal) Cleiton Lourenço de Oliveira, o projeto tem como objetivo proporcionar o ensino e a prática no cultivo de hortaliças aos assistidos da Apae de Lavras, a partir de atividades desenvolvidas no Setor de Olericultura da UFLA. “O projeto começou quando eu estava no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais (IF Sul de Minas) e, em todo o sul de Minas já atende a cerca de 25 Apaes”, comenta o docente.

A Apae é uma organização não governamental, sem fins lucrativos, que presta serviços gratuitos de educação especial (escolarização e inserção no mercado de trabalho), serviços clínicos especializados de habilitação e reabilitação em deficiência intelectual e/ou múltipla, e ainda de atenção socioassistencial. Em Lavras, a entidade foi fundada em junho de 1973 e atende atualmente em torno de 437 bebês, crianças, adolescentes e adultos com deficiência intelectual e/ou múltipla.

Na UFLA, o projeto teve início em outubro de 2019, como explica Cleiton. “Geralmente essas pessoas possuem uma rotina muito limitada, então, nós abrimos as portas da universidade. Aqui na Olericultura, eles ajudam a fazer a semeadura, as mudas, o transplantio das mudas em canteiros e vasos, a irrigação das culturas no campo, adubação, pulverização com caldas naturais, manejo de plantas invasoras por meio de capina manual e com enxada, colheita e manejo pós-colheita. Além de participarem das atividades práticas, eles são estimulados a escrever e contar como foi. Ao final do período, percebemos uma mudança no comportamento dos participantes, que se tornam mais comunicativos e, inclusive, continuam o cultivo em casa”, diz.

Uma vez por semana, os participantes do Projeto “Oficinas de Viver” da Apae, que são pessoas com deficiência intelectual com mais de 15 anos que já terminaram a escolarização e não foram inseridas no mercado de trabalho, vão para a UFLA em um ônibus cedido pela Prefeitura Municipal de Lavras para participarem das aulas práticas e teóricas. 

“O projeto proporciona mais autonomia, independência e traz alegria para esses usuários. Eles também têm a oportunidade de conhecer a UFLA e compartilhar conhecimentos sobre manejo e cultivo de hortaliças, levando-as para suas casas e tendo a oportunidade de ter uma alimentação mais saudável”, comenta Aline Pereira Botelho Josué, pedagoga especialista em Atendimento Educacional Especializado, monitora da Apae.

De acordo com o professor Cleiton, o cultivo de hortaliças pode ser utilizado como terapia psicossocial, permitindo o contato com a natureza, ajudando a diminuir a ansiedade, melhorando a concentração e o desenvolvimento de atividades motoras, além de proporcionar relaxamento, aumento da autoestima e o resgate do conhecimento popular sobre o cultivo de alimentos por meio do incentivo da implantação de hortas domésticas, favorecendo o consumo e permitindo a inclusão dessas pessoas nas ações da universidade. 

“Esse projeto é uma via de mão dupla, são pessoas extremamente capazes que, com pouco treinamento, conseguem fazer muitas atividades e ajudar nos setores. O principal resultado disso é que, com o treinamento e o passar do tempo, eles podem arrumar emprego e se tornarem pessoas independentes”, afirma.

Além desse projeto de extensão, o professor Cleiton coordena, em parceria com outros docentes do DAG/ESAL, outros dois projetos de extensão com tema de hortas comunitárias, envolvendo alunos da rede pública de ensino fundamental e médio, além de casas de recuperação de dependentes químicos e etílicos.

*da assessoria da UFLA 

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