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MESMO COM A PANDEMIA DE COVID-19, ECONOMIA DO SUL DE MINAS CRESCEU EM 2020

Departamento de Pesquisa do Unis analisa resultados do PIB Sul Mineiro em 2020

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, no dia 16 de dezembro, os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios brasileiros em relação ao ano de 2020. É importante salientar que esses dados são divulgados sempre com dois anos de defasagem. Este é o primeiro resultado a apresentar o impacto da pandemia nas economias municipais.

O Departamento de Pesquisa do Grupo Unis e o Grupo de Estudos Econômicos do Sul de Minas Gerais (GEESUL), com o apoio do Mestrado em Gestão e Desenvolvimento Regional, analisaram os resultados referentes à região, que podem ser acessados clicando aqui.

Tomando por base os 155 municípios que compõem a região de planejamento do Estado denominada Sul de Minas, o resultado total do PIB no ano de 2020 foi de R$ 94,3 bilhões em preços correntes. Aplicando o deflator de 2020 para excluir a influência da inflação é possível verificar que o valor real da produção foi de R$ 88,6 bilhões, representando um crescimento econômico de 4,58% em comparação com o ano anterior. Nota-se que mesmo com os impactos da pandemia de COVID-19 a região ainda apresentou crescimento real da economia. Para efeito de comparação, o Brasil no mesmo ano teve queda de -3,3% no PIB.

De acordo com o IBGE, os 10 maiores municípios do Sul de Minas por PIB no ano de 2020, foram: Extrema, Pouso Alegre, Poços de Caldas, Varginha, Itajubá, Alfenas, Lavras, Passos, Três Corações e Guaxupé.
  • Analisando os resultados de 2020 em comparação com 2019 podem-se destacar alguns fatos importantes: a cidade de Extrema se consolida ainda mais como o maior PIB do Sul de Minas, aumentando muito a diferença para o segundo colocado;
  • Pouso Alegre continua na segunda posição, porém com uma diferença bem menor para a terceira colocada que é Poços de Caldas;
  • Varginha e Itajubá mais uma vez se mantiveram como quarto e quinto maior PIB da região, respectivamente. Cabe destacar que a diferença de Varginha para Poços de Caldas aumentou neste ano;
  • Alfenas ultrapassou Passos e Lavras e atingiu a sexta posição;
  • Três Corações e Guaxupé mantiveram-se novamente na nona e décima posição do ranking, sem grandes mudanças em seu PIB.
Outro fenômeno que merece destaque é a diminuição no nível de concentração do PIB regional nas dez maiores economias sul mineiras. Em 2019 essa concentração chegou ao nível mais alto da série histórica iniciada em 2010 (55,29%). Já no ano de 2020 o índice atingiu 53,13%. A queda no PIB de municípios como Pouso Alegre, Lavras, Passos, Varginha e Guaxupé ajudam a explicar esse resultado. Porém, é importante salientar que a concentração ainda é muito alta, visto que 10 municípios concentram mais da metade da produção na região.

O PIB per capita é outro importante indicador econômico, representando o total da produção (PIB) dividido pela população estimada do município. Demonstra assim o quanto da produção em média caberia a cada habitante do município. Os 10 municípios com maior PIB per capita na região do Sul de Minas em 2020, foram: Extrema, São José da Barra, São Sebastião da Bela Vista, Itapeva, Itamonte, Cambuí, Ijaci, Pouso Alto, Pouso Alegre e Ibiraci.

Novamente nota-se a consolidação de Extrema na primeira posição e aumentando o grau de diferença para o segundo colocado São José da Barra, que agora é de 2,87 vezes. Os quatro primeiros colocados se mantiveram em relação ao ano de 2019. Destaque para a queda de Pouso Alegre da 5ª para a 9ª posição. Itamonte, Cambuí e Ijaci subiram no ranking, enquanto Pouso Alto e Ibiraci entraram no top 10 nos lugares de Varginha e Poços de Caldas.

Por fim, levantou-se o nível de crescimento econômico dos municípios sul mineiros em 2020 comparado com 2019 (séries já deflacionadas), destacando os dez melhores resultados: Albertina, São Tomás de Aquino, Elói Mendes, Campos Gerais, Guapé, Fortaleza de Minas, São Pedro da União, Cordislândia, Capetinga e Cabo Verde.

Destaque para o forte crescimento da cidade de Albertina, cuja explicação possível é o fato de que esta foi a cidade com maior queda no PIB no ano de 2019 (-46,75%), representando assim uma recuperação do município em termos econômicos. Outra questão importante, nenhum dos municípios que estavam no ranking de maior crescimento em 2019 figurou novamente em 2020. E mais uma vez, nenhuma das 10 maiores economias da região esteve entre as cidades de maior crescimento anual.

Como já salientado, esse é o primeiro resultado de PIB municipal que considera o período pandêmico e de uma forma geral foi possível verificar que cidades maiores e mais dependentes do setor de serviços foram mais impactadas. Porém, em um contexto macroeconômico a região foi menos afetada do que se projetava, apresentando inclusive crescimento econômico geral. Para efeito de comparação, em 2019 houve 44 cidades com queda no PIB, já em 2020 foram 22 cidades nesta situação.

Salientamos que o objetivo desta nota técnica é apresentar de forma geral o resultado do PIB dos municípios do Sul de Minas. Estudos mais específicos e ajustados devem ser realizados para identificar os motivos dos comportamentos observados. Os municípios podem demandar do GEESUL e do Departamento de Pesquisa do Unis análises mais pormenorizadas sobre suas realidades, principalmente no que tange à vocação econômica destes territórios e a dinâmica do PIB desde o ano de 2003 com os dados ajustados.

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