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NOVE ANOS APÓS ESTREIA, COCA DECIDE SAIR DO SEGMENTO DE LÁCTEOS NO PAÍS


A Coca-Cola Company, por meio da Leão Alimentos, acertou a venda da fabricante de lácteos Verde Campo para a Laticínios Porto Alegre — que pertence ao grupo suíço Emmi Group — e para os próprios fundadores da Verde Campo, Alessandro Rios e Álvaro Gazola. O negócio marca a saída da Coca-Cola do segmento no Brasil.

Os sócios usaram recursos próprios para a aquisição, mas o valor da operação é mantido em sigilo. Pelo acordo, a Porto Alegre terá 70% do capital da Verde Campo, e os outros dois sócios terão 30%. Rios e Gazola participarão do conselho de administração, assim como a Emmi Group, que desde 2017 é dona de 70% da Porto Alegre.

“Já somos parceiros em outros negócios, e resolvemos unir forças para fazer essa compra”, disse Rios ao Valor. Segundo o empresário, a Coca-Cola tomou a decisão de vender operações em áreas em que sua relevância é pequena. Globalmente, a empresa produzia em torno de 400 tipos de bebidas, mas já anunciou que vai deixar de produzir cerca de metade delas.

Por enquanto, a decisão da Coca de sair de lácteos ocorreu somente no Brasil.
 
Nesta segunda-feira, dia 15 de abril, a Verde Campo enviou um comunicado aos clientes informando que a venda foi “decisão estratégica da Coca-Cola Company, parte da constante avaliação dos ativos da companhia, que permite lapidar o portfólio nos mercados onde opera”. Procurada, a Verde Campo e a Coca-Cola não comentaram o assunto.

Rios e Gazola fundaram a Verde Campo em 1999 e a venderam para a Coca-Cola, por meio da Leão Alimentos, no fim de 2015. A empresa mineira tem como foco a produção de laticínios funcionais, como zero lactose, com alto teor proteico e com probióticos. Ela processa em torno de 120 mil litros de leite por dia e faturou R$ 423 milhões em 2023. “Mesmo que a Coca-Cola tenha mantido o propósito da empresa, entendo que ela ainda tem um potencial muito grande e que faz sentido voltar para a operação”, disse Rios.

Segundo João Lúcio Barreto Carneiro, presidente da Porto Alegre, a operação da Verde Campo seguirá independente. A companhia vai contratar um executivo do mercado para atuar como CEO, e os cerca de 550 empregados atuais serão mantidos após a aquisição.

“Temos crescido acima de dois dígitos por ano. A ideia com a compra é somar, mantendo o ritmo acelerado de crescimento”, afirmou Carneiro. Ele observou que as linhas da Verde Campo são complementares ao portfólio da Porto Alegre, o que vai permitir à companhia vender mais itens por varejista. Ele também considerou que a presença da marca Verde Campo em todas as capitais do país pode ajudar a Porto Alegre a introduzir seus produtos em novas praças. Carneiro disse ainda que a Verde Campo poderá aproveitar a estrutura fabril da Porto Alegre para ampliar sua produção no futuro.

Por Cibelle Bouças, do Globo Rural

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