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CRACK CHEGA AOS CAFEZAIS DE TRÊS PONTAS NA BOLEIA DOS CAMINHÕES

Regiões antes pacatas, onde os valores tradicionais eram cultivados, estão se degradando ante a perniciosidade da droga. Lavradores usam o crack para disfarçar a dor e o cansaço e render mais no serviço. Crianças e adolescentes, por falta de opções de lazer e de outras atividades, se tornam alvos fáceis de traficantes. É nos caminhões de transporte de bóias-frias que homens e mulheres combinam para fumar maconha e crack nos cafezais


com Jornal Hoje Em Dia


"Eu tinha 13 anos, e muitos amigos que trabalhavam na roça comentavam que estavam usando drogas, no meio dos cafezais. De tanto ouvir essas conversas, acabei usando também, maconha e, depois, crack". Este é o relato de um jovem que aos 13 anos de idade começou a usar drogas. Com 18, foi preso pela primeira vez. Uma dura d assustadora crônica que começa se propagar no Sul de Minas: é nos caminhões de transporte de bóias-frias que homens e mulheres combinam para fumar maconha e crack nos cafezais.


"Você pode não acreditar, mas soubemos que em caminhões de transporte de bóias-frias, homens e mulheres combinam horário e lugar para fumar maconha e crack nos cafezais. A existência das drogas, principalmente crack, é uma realidade na Zona Rural e a situação está piorando. Acho que um dos motivos que leva um trabalhador rural a usar drogas é a revolta pelas dificuldades da vida. A gente pode ver isso nos olhos dessas pessoas", diz o ex-dependente de drogas Luiz Carlos Ferreira Franklin. Luiz se tornou pastor de uma igreja evangélica e é responsável pela direção do Centro Assistencial Renascer, em Três Pontas, no Sul de Minas. Na clínica, mais de uma dezena de homens de diversas cidades da região estão, há meses, longe das drogas e das bebidas alcoólicas. Luiz ressalta que ocorre uma grande transformação no campo, do ponto de vista do comportamento das pessoas.

O funcionário público Marco Aurélio de Freitas, outro ex-dependente, chegou a trocar um automóvel por drogas, consumidas em 48 horas. Hoje, recuperado, presta serviço de divulgação dos riscos das drogas em palestras para crianças em escolas de Elói Mendes. Ele viveu seis anos nas ruas de São Paulo, como usuário, e atualmente auxilia a Secretaria Municipal de Saúde local com trabalho voluntário. "Toda família rural tem uma ou mais pessoas com o vicio da bebida alcoólica. Para muitos, principalmente adolescentes, esse é o começo do caminho para as drogas, porque esses jovens são muito desprotegidos. O grande perigo acontece durante festas, como raves, onde rola a droga. Aqui, apesar de ser cidade pequena, a polícia já apreendeu até ecstasy", conta Marco Aurélio. O uso do crack, por ser uma droga aparentemente barata, está se alastrando na Zona Rural. O pior é que no interior, as famílias têm menor poder econômico e a situação está cada vez mais grave. Especialistas denunciam também que, por medo, os lavradores evitam denunciar os traficantes e acabam protegendo os criminosos. A incidência de roubos e pequenos crimes nas comunidades rurais do Sul do Estado têm registrado aumentos em relação há anos anteriores. Fato, este, que vem preocupando os moradores. D. I. A., de 59 anos, mora desde pequena no Distrito de Pontalete, na Zona Rural de Três Pontas, onde cuida, com os filhos, de uma pequena fazenda. Ela afirma que por várias presenciou pessoas utilizando drogas nos fundos de um cafezal na região. Viúva e com três filhos, D. I. vive com medo.

No Estado não existem dados específicos sobre o consumo da droga no interior e nem mesmo sobre a atuação dos traficantes. Em Minas, há um déficit de 168 centros de tratamento para dependentes químicos. São 132 estabelecimentos vinculados ao Governo, quando o ideal seriam 300.

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