O Velório Municipal de Varginha, no Sul de Minas, possui atualmente duas salas de velório e duas salas de descanso no piso superior. A infraestrutura do local tem sido alvo de constantes reclamações. O local está incompatível com a demanda da cidade. Morrem, em média, cinco pessoas por dia em Varginha. “Há pouco tempo meu primo faleceu, na mesma sala em que ele estava havia mais dois corpos e na outra sala também eram três pessoas. Achei um desrespeito imenso! Em um momento tão difícil e delicado tivemos que dividir espaço com outras famílias. Já é tudo muito doloroso, fica ainda pior sem uma certa privacidade e um mínimo de conforto. Me incomodava muito ver que as pessoas chegavam e ficavam andando entre os corpos e os familiares para encontrar aqueles a quem foram apoiar. Isso sem considerar o calor por ter pouca ventilação”, desabafa a comerciante Isabela Souza.
O secretário municipal de Habitação e Promoção Social Miguel José de Lima, explica que há um projeto de reforma e ampliação do atual velório. O local passará a ter 6 salas de velório em dois pavimentos, novas salas de descanso, rampas de acesso para deficiente e área verde. “Será no mesmo local e para ampliá-lo será necessário usar parte do terreno que hoje é utilizado pelo cemitério onde ficam as covas concedidas para utilização por 5 anos. Após esse prazo, os corpos são transferidos para o ossuário. Lá os títulos de posse são provisórios”, esclarece. Miguel afirma que ainda não há previsão do valor da obra. O projeto deve ser encaminhado para a Câmara Municipal ainda neste ano. Se aprovado, de acordo com o secretário, a obra começa no próximo ano e termina em cerca de 8 meses. “Estamos na fase de projeto, que inclusive pode ser alterado em diversos aspectos. A fachada mesmo imagino que não ficará como está no papel”, alega. Ainda está em estudo um local que possa ser utilizado provisoriamente durante a reforma.
Em 2006 a Câmara de Vereadores autorizou a desapropriação de um imóvel na rua Monte Cassino, Vila Floresta, para a construção do novo velório. A área do local é de 430 m², mas ainda não foi apresentado aos vereadores nenhum projeto da construção. Questionado se há algum projeto de novo cemitério municipal, já que o atual possui poucas áreas que ainda podem ser adquiridas e o outro cemitério é particular, Miguel Lima enfatizou que está sendo criada a autarquia municipal do serviço funeral. Ele transferiria esses serviços de empresas para o Município. “Além disso, no cemitério municipal temos uma área de 700 covas que poderão ser transformadas em cerca de 2000 gavetas, se o projeto de autarquia for aprovado. Já no Cemitério da Saudade, que é particular, a prefeitura tem uma área de 1700 metros para atender pessoas carentes e indigentes. Então ainda não há previsão de nova área a ser adquirida pra essa finalidade”, esclarece Miguel.
Thayane Viana, Blog do MadeiraFoto ilustrativa
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