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ESTUDANTES DA UFMG ENSAIAM PARALISAÇÃO

Neste ano, estudantes também articulam aderir ao movimento paredista
Na maior universidade pública do Estado categorias ensaiam paralisação. Federal de Uberlândia inicia na segunda greve de docentes e técnicos
O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) convocou para a próxima sexta-feira, 21, Assembleia Geral de Estudantes. A reunião terá como objetivo a construção conjunta de uma agenda para uma possível paralisação dos estudantes da instituição.

De acordo com a entidade, ação tem como objetivo informar os estudantes e lutar com projetos em pauta no Congresso Nacional como a PEC241, MP746, PL257, PL4567, que segundo eles prejudicarão futuramente o ensino público superior. 

Foi criado um calendário de assembleias a fim de mobilizar os estudantes para uma grande paralisação da universidade no próximo dia 24 de outubro e rumo à greve geral.

A assembleia será realizada às 17h na Praça de Serviços da UFMG. Poderão votar todos os estudantes dos 75 cursos de graduação da instituição.

A greve geral
Centrais sindicais de diversas categorias profissionais do país decidiram organizar uma greve geral nacional em repúdio a propostas de reforma da Previdência e Trabalhista do governo de Michel Temer (PMDB).

Além das centrais, estudantes de universidades federais, como no caso da UFMG, também ensaiam uma adesão ao movimento, que pode contar com a participação dos servidores técnico-administrativos (TAE's) e docentes das instituições federais de ensino superior (IFES).

Giro da greve
Com início na próxima segunda-feira, 24, foi deflagrada a greve docente na Universidade Federal de Uberlândia (UFU) com 240 votos favoráveis, 57 votos contrários e 6 abstenções. A decisão foi tomada ontem, terça-feira, 18, em assembleia da categoria.

Com auditório lotado no Campus Santa Mônica da UFU, categoria docentes votaram em peso pela greve

A greve será contra a retirada de direitos: contra a PEC 241, contra o PLC 54, contra a MP 746, contra o projeto escola sem partido e contra essas reformas trabalhista e previdenciária, de acordo com a Associação dos Docentes da instituição (Adufu).

Também ontem, os servidores técnico-administrativos em educação (TAE's) da UFU também votaram pela deflagração da greve a partir de segunda-feira, 24.

Já o Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais de Ensino (SINDIFES) está convocando os técnico-administrativos da sua base, que abrange UFMG, CEFET-MG, UFVJM e IFMG, para a Paralisação em Defesa da Educação e Contra a PEC 241/16, nesta segunda-feira, 24.

Neste dia, também serão realizadas rodadas de Assembleia para avaliar a chamada de greve da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (FASUBRA), a votação em 2º turno da PEC 241/16 e a conjuntura nacional. Na UFMG já está agendado nesta data ato assembleia na escadaria da Reitoria, no Campus Pampulha, às 09h. Já o CEFET-MG, UFVJM e IFMG ainda não divulgaram a agenda da data.

PEC 241
O Conselho Universitário da UFMG divulgou na última sexta-feira, 14, nota sobre a Proposta de Emenda Constitucional, de autoria do Governo Federal, que pretende limitar o aumento dos gastos públicos por um período de 20 anos. A principal instância de deliberação da Universidade manifestou-se contrariamente à proposta, argumentando que, para as instituições públicas de ensino superior, os efeitos da PEC 241, caso aprovada, "serão desastrosos".

De acordo com o comunicado, "a aprovação da PEC 241 implicará a diminuição dos recursos públicos e, consequentemente, o recuo na política de expansão e melhoria da qualidade do ensino superior nas instituições, afetando o ensino, a pesquisa e a extensão, bem como a permanência de número significativo de jovens, oriundos da escola pública e de grupos tradicionalmente marginalizados na sociedade".

O Conselho Universitário destaca, ainda, que é necessário "preservar o equilíbrio das finanças públicas" e que a "UFMG entende que a oposição à PEC 241 não pode, e não deve, ser confundida com uma postura de irresponsabilidade com o momento que o país vive".

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O governo federal ao Congresso, em 15 de junho, quando Michel Temer ainda era presidente interino, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC 241). Com a medida, investimentos em Educação, Saúde e Previdência, direitos básicos garantidos pela Constituição, passariam a ter um teto limitado a valores dos anos anteriores corrigidos apenas pela inflação.



Em entrevista, Roberto Leher, reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), prevê um cenário catastrófico para a educação brasileira caso a PEC 241 seja aprovada. 

“Com o congelamento, haverá uma redução de gastos sociais da ordem de 8% do PIB nos próximos 10 anos, o que inviabiliza a possibilidade de manutenção de um sistema público de educação e saúde”, critica.


Para Denise Gentil, professora do Instituto de Economia (IE) da UFRJ, a proposta rasga a Constituição de 1988 e levará ao desmantelamento do Estado social brasileiro. “Os trabalhadores terão que dedicar parcela da sua renda para pagar serviços que antes eram fornecidos pelo Estado”, assinala.

Manifestações 
Milhares de pessoas se reuniram, na manhã da última quinta-feira, 22, na Praça da Estação, em Belo Horizonte, para o Paralisação Nacional em Defesa da Educação e Saúde e contra a PEC 241/16 que contou com um passeata até a Praça da Assembleia. Trabalhadores e estudantes tomaram as ruas do hipercentro da capital mineira carregando bandeiras, faixas e cartazes que denunciavam os ataques a classe trabalhadora, além das política de ajuste fiscal que retira direitos dos trabalhadores e desmonta os serviços públicos.

Organizada pela Central Única dos Trabalhadores em Minas Gerais (CUT-MG), a caminhada ainda teve apoio de outras centrais sindicais, e vários sindicatos, entidades estudantis e movimentos sociais. 

A coordenadora de comunicação do SINDIFES, Neide Dantas, lembrou que os cortes na Educação irá impedir que as instituições federais de ensino continuem prestando serviços gratuitos de qualidade, "cortaram 20% da verba de custeio e 40% da verba de investimento. Estão acabando com a pesquisa científica e com a assistência estudantil", discursou ela.

Para a coordenadora geral do SINDIFES, Cristina del Papa, a sociedade precisa se alertar para as reformas da previdência e trabalhistas proposta pelo governo Temer. 

"Vão impedir as pessoas de se aposentarem, quebrar a paridade entre ativos e aposentados no serviço público. As medidas propostas irão impactar a todos, celetistas e funcionários públicos", informou.

A passeata passou pela Avenida Amazonas e posteriormente Avenida Olegário Maciel, terminando na Praça da Assembleia. 

A audiência pública que deveria começar às 14h30 sofreu um atraso. Durante todo o trajeto houve panfletagem sobre as ameaças da PEC 241/16 de demais tentativas de retirar direitos. A atividade também fez parte do calendário de mobilização convocado pela FASUBRA.
com assessorias

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