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HOSPITAL ALZIRA VELANO INICIA PESQUISA COM POLVO

A UTI Neonatal do Alzira Velano adotou a terapia com polvos coloridos, tecidos em crochê, que são colocados junto aos bebê nas incubadoras
Coordenação geral do projeto é da médica neonatologista Annie Beatriz de Carvalh

A UTI Neonatal do Hospital Universitário Alzira Velano (HUAV) de Alfenas, no Sul de Minas, adotou a terapia com polvos coloridos, tecidos em crochê, que são colocados junto aos bebê nas incubadoras.

A experiência tem como objetivo contribuir para a melhora da qualidade de vida dos bebês prematuros, dando mais conforto e segurança aos recém- nascidos prematuros e também para fazer um estudo sobre a atuação e ou eficiência dos polvinhos no bem estar dos recém nascidos.

O projeto no Alzira Velano está sendo implantado com muito cuidado, atenção e com olhar científico. Os polvos são “encantadores”, e com seus tentáculos, ganharam facilmente o gosto popular, inundaram as redes sociais ,ganharam adeptos e defensores.

O que pode ser bom por um lado, traz preocupações para os especialistas. “O polvo não pode ser visto como substituto do tratamento, do cuidado e das terapias tradicionais utilizadas nas UTIs Neonatais”,alertam os médicos neonatologistas.

No Alzira Velano, por ser um hospital universitário, com caráter de ensino e pesquisa, além da assistência, a implantação do projeto polvo passa pelo crivo acadêmico. O projeto foi elaborado dentro das normas científicas, os resultados serão monitorados e randomizados e está formatado dentro das normas de pesquisa.

Uma história que encanta o mundo dos bebês
A inserção de polvos de crochê na UTI Neonatal surgiu em um hospital na Dinamarca em 2013, através da doação feita por artesãs, com objetivo de dar mais aconchego e carinho para o ambiente das incubadoras. Talvez porque os tentáculos do polvo se assemelhem ao cordão umbilical, acredita-se lembrem aos bebês os tempos intrauterinos.

Após a Dinamarca o projeto ganhou visibilidade e foi implantado em diversos países como, Noruega, Alemanha, Bélgica, Holanda, França, Itália, Austrália e Estados Unidos, e recentemente o Brasil.

Para manter a unidade do projeto terapêutico, foi elaborada uma receita básica para os polvinhos que devem ser tecidos com linha de puro algodão seguindo o desenho de um polvo - uma cabeça com olhinhos e oito tentáculos.

O projeto polvo é uma iniciativa solidária , que necessita de envolvimento de profissionais e familiares, precisa ser apoiado e compartilhado pela comunidade pois o fundamento principal é doação, união e carinho.

A terapia do polvo é uma criação simples e carinhosa que proporciona conforto e segurança aos recém-nascidos prematuros hospitalizados.

Os polvos coloridos, tecidos com pontos de crochê, são colocados dentro da incubadora, junto aos bebês que se “aninham” e se “apoiam” nos tentátulos.

Ainda que não haja registro científico atestando os benefícios da dinâmica, há relatos positivos informando que o polvo acalma o bebê, promove a redução de sua frequência cardíaca e respiratória e ajuda no ganho de peso.

Há evidências de que os bebês que ficam em contato com os polvos tendem a ter menor número de extubações, são mais tranquilos, retiram menos as sondas, os acessos venosos e os sensores de monitoramento. 

Mas ainda não há comprovação científica dos benefícios e os neonatologistas fazem um importante alerta. 

Os polvos devem ser vistos como terapia auxiliar, não como brinquedos. São colocados nas incubadoras ou nas redes, e não como tratamento,pois não substituem o cuidado,técnicas,medicações e as terapias convencionais utilizadas nas unidades de tratamento intensivo.

Projeto será de pesquisa
A implantação do projeto no Alzira Velano passa por uma série de estudos e análises, terá caráter cientifico e passou por várias comissões. O projeto segue as normas ditadas pelo Ministério da Saúde e será monitorado.

A coordenação geral do projeto é da médica neonatologista Annie Beatriz de Carvalho. “Acreditamos que o assunto deva ser tratado de maneira profissional e responsável, a fim de não deturpar o sentido terapêutico, à parte a comoção coletiva”. 

Na UTI Neonatal do Alzira Velano, diz a médica, temos tratado do assunto de maneira técnica, tomando o cuidado de imprimir caráter científico ao Projeto, inclusive com estabelecimento de linha de pesquisa associada. Temos muita preocupação em evitar efeitos que possam se mostrar danosos, como aumento do número de infecções por exemplo.

Annie Beatriz esclarece que estão sendo definidos critérios de inclusão e exclusão na pesquisa, com consentimento assinado pelas mães de bebês participantes, e analisaremos os critérios clínicos, em amostra randomizada. Levaremos também em conta a recente Norma técnica – nº08/2017- emitida pelo Ministério da Saúde”.

Os polvos da UTI Neonatal do Alzira Velano recebem todos os cuidados e são higienizados pela Central de Esterilização que segue as normas especificas de higienização ditadas Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH).

Na implantação do projeto no Alzira Velano a idéia partiu da fisioterapeuta Ravena Carolina de Carvalho da Uti Neonatal:“ quando surgiram as notícias sobre o “Projeto Octopus” da Dinamarca, vi mais uma oportunidade de humanização, procurei por vídeos que me ensinassem crochê e a confecção do polvo. Fiz nosso primeiro polvinho para mostrar a viabilidade do projeto. Desde então, nossa equipe está empenhada em encontrar crocheteiras, elaborar o protocolo de inserção e divulgar o projeto. Acredito que, com a implantação, nossos bebês serão beneficiados com a tranquilidade e aconchego propostos pelo projeto”.

por Soloni Viana - da assessoria

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