Empresa do Sul de Minas inova na criação de aparelho que aplaca a hipotermia em pacientes pós operados
O engenheiro eletricista William Yanaguizawa, um dos diretores da SensyMed
Estudos médicos mostram que a hipotermia (diminuição excessiva da temperatura corporal) incide em aproximadamente 70% dos pacientes após uma intervenção cirúrgica.
Da hipotermia podem decorrer aumento das infecções de feridas, distúrbios da coagulação e perda de sangue, com necessidade de transfusão. No caso dos idosos há ainda uma forte correlação da enfermidade com risco de doença arterial coronariana.
Ela pode também ocorrer nas mulheres em trabalho de parto devido à anestesia epidural. Para resolver a situação, a empresa SensyMed, de Itajubá, no Sul de Minas, criou o SensyWarming, equipamento que mantém a temperatura do corpo, e a SensyBlanket, uma manta descartável.
A SensyMed foi uma das empresas convidadas a contar sua trajetória vitoriosa durante o evento “Mundo Gerais, internacionalização de Minas”, ocorrido no Sebrae, em Belo Horizonte, nos dias 24 e 25 de outubro.
SensyWarming é um equipamento desenvolvido com tecnologia precisa e eficaz, uma combinação de eletrônica, filtro, ventilador e resistor que proporciona um fluxo contínuo de ar aquecido. Já a manta SensyBlanket distribui esse ar aquecido, por convecção e radiação, para forçar o aquecimento do paciente, suprindo suas necessidades corporais.
“Além das comprovadas qualidades técnicas, estes equipamentos ainda facilitam os atendimentos médicos. Em um país onde o número de leitos hospitalares está abaixo do índice recomendado pela OMS, a utilização destes produtos auxiliam na rotatividade dos leitos, pois um paciente que desencadeia problemas decorrentes da hipotermia no pós-cirúrgico imediato fica em média 2,6 dias a mais nos leitos, gerando um alto custo para os hospitais e aumentado em 31% a taxa de mortalidade”, explica o engenheiro eletricista William Yanaguizawa, um dos diretores da SensyMed.
Nascida na ProIntec, incubora de empresas de Santa Rita do Sapucaí, no Vale da Eletrônica, em 2007, a SensyMed se graduou e se transferiu para a vizinha Itajubá em 2012.
Fiel à filosofia de atender profissionais e instituições da área de saúde com equipamentos eletromédicos de alta tecnologia, a empresa cumpre à risca as exigências dos órgãos reguladores - como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) - a segurança e a melhoria contínua.
“Nossos produtos são fabricados com material atóxico, maleável e resistente”, exemplifica o diretor.
A preocupação com a qualidade, o processo de fabricação e o respeito à legislação fez a SensyMed abrir espaços comerciais junto a hospitais, convênios médicos e até à rede do Sistema Único de Saúde (SUS).
“Além da inovação que aplicamos nos nossos produtos, nacionalizamos a tecnologia, o que permitiu fazê-los chegar à rede pública de saúde”, diz William. Na verdade, a nacionalização da produção provocou uma natural queda nos custos de fabricação, e isto tornou possível a sua aquisição pelo SUS.
Trabalhando com aporte financeiro de entidades como Fapemig e Finep e apoio tecnológico do Sebrae, por meio do Sebraetec (ferramenta que possibilita o acesso dos pequenos negócios a serviços tecnológicos e de inovação para a melhoria de processos, produtos e serviços), a SensyMed projeta a expansão comercial para 2018, com aumento no portfólio de produtos (somente da manta SensyBlanket a projeção é de 300 unidades/mês).
Atualmente, a empresa conta com 12 colaboradores, responsáveis por um processo meticuloso de fabricação, que sempre leva em conta fatores como qualidade, inovação e sustentabilidade.
por William Monteiro - da Agência Sebrae MG de Notícias
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