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FOLIA DE REIS: FÉ TRANSMITIDA POR MÚSICA, ARTE E CULTURA


Chapéu na cabeça, viola nas mãos e muita fé no coração. Guiados pela bandeira ou estandarte, a festa da Epifania do Senhor, ou festa de Reis, é marcada pela presença ativa – e fervorosa – de grupos folieiros. Uma tradição que atravessa gerações em toda a região do Campo das Vertentes.

Existem registros da presença remota das folias no Brasil desde o início da colonização, no século XVI. Sua origem europeia é de meados dos séculos XIV e XV. Em São João del-Rei é provável que as folias tenham sido introduzidas no século XIX, resistindo até hoje.


De longe se ouve os ecos de uma centenária tradição, as Folias de Reis. “De rua em rua, de porta em porta”, como diz um canto folclórico, levam às residências dos devotos a mensagem de paz e esperança nitidamente contida no nascimento de Jesus. O costume vem de uma antiga prática europeia de cantar nas casas versos que descrevem a natividade, a visita dos magos e pastores. “É uma manifestação de fé. Uma evangelização através da arte e da música. Uma bela ação folclórica que enriquecem a cultura popular de nossa região, que serviu de base, e exemplo, para muitas folias de Minas Gerais”, explica o folclorista e folieiro, Ulisses Passarelli.

A finalidade das Folias de Reis é propagar a devoção religiosa aos Reis Magos e ao Menino Jesus por meio de cantoria, música e até mesmo dança. 


Na região são contabilizados nove grupos de folia, sendo três na zona rural e seis urbanas. E se engana quem pensa que esse trabalho é só para homens. Dona Lilia e seu grupo de mulheres vêm desmistificar isso. Aos 70 anos a aposentada sai com sua sanfona e mostra seu amor pela folia que faz parte. 

“É movido pelo amor. Quando começamos ninguém sabia cantar e muito menos tocar instrumento, mas nossa fé era muito maior que isso e não nos limitou. Logo buscamos aprender e mostrar, também, a fé da mulher nesse trabalho”, explica Maria Inês dos Santos (Lilia), idealizadora da Folia Vila Jardim São José.

As apresentações e visitas, feitas de casa em casa, continuam até o próximo sábado, 06. Após a data os grupos passar a pertencer as Folias de São Sebastião quando, nos próprios versos, deixam de falar do recém-nascido para falar do martírio do santo. Em Pentecostes é a terceira vez do ano que os grupos saem pelas ruas da cidade.

por Lucas Silveira - da assessoria da Diocese de São João Del Rei
com fotografias de Folclore Vertentes (Ulisses Passarelli)

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