
A produção da Chery no país deverá ser limitada inicialmente ao modelo A3, que custará a partir de R$ 45 mil, mas em junho a empresa estreia no Brasil com o utilitário-esportivo Tiggo, que será vendido por R$ 49 mil. O carro será importado do Uruguai. A montadora estaria estudando possíveis locais para a instalação da fábrica em Minas, São Paulo, Rio de Janeiro ou Ceará. A decisão deverá ser tomada nos próximos dois meses, quando serianiciada a construção da nova planta. A produção de veículos começaria em 2012.
O secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado de Minas Gerais, Sérgio Barroso, disse na terça-feira que já está mantendo conversas preliminares com o grupo no sentido de atrair a fábrica para o estado. "Estamos altamente competitivos e decididamente estamos buscando esse tipo de investimento", disse. Segundo ele, porém, Minas ainda não ofereceu aos chineses um local específico onde a fabricante poderia se instalar. "A empresa tem que decidir o local. O estado dará os incentivos tradicionais (para a atração de investimentos)", sustentou.
O anúncio da Chery reforça o interesse das montadoras chinesas pelo mercado brasileiro de veículos, que tem um carro para cada 7,3 habitantes, o que mostra que o Brasil é um dos mercados mais promissores do mundo. Nos Estados Unidos, a relação é de 1,2 habitante por carro.Nos cálculos do presidente do Conselho de Relações do Trabalho da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Osmani Teixeira, uma fábrica do porte que a Chery quer montar no Brasil - a produção diária de veículos deverá chegar em 568 - pode gerar cerca de mil empregos diretos. A Fiat, que produz mais de 2,9 mil automóveis ao dia, emprega 14 mil pessoas. O número de trabalhadores a serem contratados pela Chery, porém, vai depender do sistema de robotização e automação a serem implantados.
Segundo Teixeira, na fábrica da Fiat em Betim, o sistema de produção de carrocerias e prensas, por exemplo, emprega mão de obra. "Mas na Itália tudo é automatizado. A gente entra, não vê gente, e acha até que tem assombração", relata. Para o presidente da Fiemg, Robson Andrade, a instalação da montadora chinesa em Minas ultrapassaria a importância da fábrica em si, porque seria responsável também pelo desenvolvimento de uma cadeia de fornecedores. "Com a Fiat e a Mercedes, Minas é o segundo polo automobilístico do país e a vinda da Chery poderia consolidar essa posição", disse. Na avaliação dele, o Sul de Minas e a Zona da Mata mineira teriam potencial - localização e infraestrutura - para abrigar a nova fábrica.
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