Na primeira palestra da edição 2017 do Festival de Verão da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a escritora Conceição Evaristo recuperou a trajetória de Anastácia, mulher que, escravizada no Brasil colonial, hoje é reverenciada como santa no âmbito da religiosidade afro-brasileira – ainda que sua santidade não seja reconhecida formalmente pela religião católica. Tomando por mote a mais famosa imagem de Anastácia, em que ela aparece com uma máscara de flandres no rosto, Conceição Evaristo discorreu sobre a identidade mítica dessa personagem como um ícone de resistência. “O sofrimento de Anastácia metaforiza o sofrimento dos afrodescendentes como sujeitos que experimentam várias formas de exclusão. E, por ser uma mulher, as dores de Anastácia se confundem com as dores das mulheres negras, em grande parte as mais empobrecidas na sociedade brasileira”, disse. Foto: Daniel Protzner “O mito de Anastácia, recuperado pela memória popular, potencializa um discu...