Na sua longa evolução histórica e constitucional, os partidos políticos brasileiros experimentam agora a sua pior crise existencial. Na grande maioria estão desmoralizados como instituições representativas, envoltos em denúncias de corrupção e contabilidades irregulares, e práticas condenáveis, perdendo em ritmo acelerado legitimidade e credibilidade. Cada vez mais, os partidos se firmam como entes burocráticos, estáticos, cartoriais, sem nenhum papel relevante nas discussões que abarcam a sociedade. Quase sem função na vida democrática atual, servem apenas para “registros” de candidaturas e balcão para negociações pouco transparentes, entre conchavos e coligações, onde o tempo gratuito na mídia vale trocas inconfessáveis, num sistema eleitoral esquizofrênico. O quadro é agravado por um sistema eleitoral ultrapassado, ineficiente e confuso que poucos compreendem, que favorece os aventureiros e oportunistas, e que privilegia os candidatos endinheirados – um dos estímulos à cor...