Constantemente, o morador de rua é descrito como “invisível” pela sociedade, inclusive pela literatura acadêmica que aborda o tema. Além do termo fazer referência ao abandono social sofrido pela população de rua e a negação de sua existência, ele oculta a enorme visibilidade destas pessoas em termos de controle penal, repressão e punição. Para desconstruir alguns mitos preestabelecidos pela sociedade, o doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Igor Rodrigues, realizou o trabalho “A construção social do morador de rua: o controle simbólico da identidade”. O estudo discute a vinculação da imagem da população de rua a uma série de pré-conceitos, como confundir necessidade com escolha e reduzir o problema social apenas à falta de moradia, migração ou fatores econômicos. Durante quatro anos, Rodrigues foi a campo para conhecer a vida dos moradores de rua de Juiz de Fora, estreitando laços enquanto conseguia co...