O juiz federal José Maurício Lourenço conheceu Edson Alexandrino Assunção quando, num dia comum, enquanto limpava o quintal de sua casa, recebeu um pedido inusitado: uma toalha e um sabonete, para que Edson pudesse tomar um banho. Ao entregar o pedido, descobriu que o homem viveu em situação de rua durante seis anos, foi usuário de drogas e conseguiu se estabelecer, após ajuda de uma comunidade religiosa católica, numa casa em Contagem, contando com um benefício previdenciário que garante seu aluguel e seu dia a dia — além de serem conterrâneos de Ponte Nova, na Zona da Mata mineira. A partir daquele dia, nasceu entre os dois uma amizade. Meses seguintes, as vidas de José Maurício e Edson voltariam a se cruzar e a se estreitar a partir de outro ex-morador em situação de rua, Clemente Gonçalves de Souza. Mas, antes de narrar esse encontro, é preciso uma pequena digressão temporal. Clemente tem 65 anos, e desde janeiro de 2025 recebe um Benefício de Prestação Continuada devido a uma defi...