quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

ADUFLA DOA 5,5 TONELADAS DE ALIMENTOS ÀS FAMÍLIAS EM SITUAÇÃO DE INSEGURANÇA ALIMENTAR EM LAVRAS


A Associação de Docentes da Universidade Federal de Lavras (ADUFLA), Seção Sindical do ANDES-SN, realizou no último dia 20, a entrega dos alimentos doados às famílias em situação de insegurança alimentar na cidade de Lavras.

Foram 5,5 toneladas de alimentos não perecíveis doados às famílias lavrenses em vulnerabilidade alimentar e nutricional, distribuídos através do Banco Municipal de Alimentos de Lavras (BMAL). Este volume corresponde a um total de 378 cestas básicas e mais 68 quilos de feijão destinados ao atendimento da demanda do órgão municipal por um período de um mês. As cestas já estão sendo distribuídas aos cadastrados no programa.

A doação feita pelos 838 docentes filiados à ADUFLA Seção Sindical, entre ativos/as e aposentados, foi aprovada em assembleia da categoria realizada no dia 17 de janeiro e vem ao encontro das diretrizes adotadas pela entidade nos últimos anos que é de contribuir no atendimento às famílias em situação de insegurança alimentar no município de Lavras. Cenário agravado pela pandemia da Covid-19, que afetou diretamente no aumento no desemprego e a consequente diminuição da renda das pessoas, em especial àquelas em maior vulnerabilidade social.

Além da doação emergencial no valor total de R$ 20.145,14 em cestas básicas neste mês de janeiro, os/as docentes filiados à ADUFLA aprovaram ainda uma contribuição mensal no valor de R$ 5 mil mensais em gêneros alimentícios ao BMAL durante o período de fevereiro a dezembro de 2022. O valor corresponde a 1,4 tonelada de alimentos não perecíveis, algo em torno de 70 cestas básicas mensais. A ação reafirma a função social e cidadã da Seção Sindical enquanto agente de integração dos sindicalizados e sindicalizadas junto à comunidade à qual está inserida.

"Importante destacar que a ação da ADUFLA está sendo feita em articulação com o Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Lavras e com o Banco Municipal de Alimentos de Lavras, atendendo às diretrizes do programa ligado à Secretaria de Desenvolvimento Social que visa garantir o direito humano à alimentação adequada e a segurança alimentar e nutricional da população", ressalta a associação.

AGOSTINHO PATRUS REAFIRMA INDEPENDÊNCIA DO LEGISLATIVO E DEFESA DOS INTERESSES DA POPULAÇÃO

Solenidade marca instalação da 4.ª Sessão Legislativa da ALMG; medidas de combate à pandemia poderão ser votadas em Plenário no retorno dos trabalhos

Com um minuto de silêncio em homenagem às vítimas da covid-19 e das tragédias ocasionadas pelas chuvas no Estado, o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado Agostinho Patrus (PV), instalou, nesta terça-feira, 1º, em Reunião Solene de Plenário, a 4.ª Sessão Legislativa Ordinária da 19.ª Legislatura (2019 – 2023).

Cumprida em formato remoto, a solenidade marcou o início das atividades neste primeiro dia de retorno dos trabalhos do Legislativo após o recesso parlamentar. Na ocasião, somente o presidente Agostinho Patrus esteve presencialmente no Plenário, enquanto demais parlamentares e autoridades do Estado participaram por videoconferência.

Em pronunciamento, ao relembrar o bicentenário da Independência do Brasil e o centenário da Semana da Arte Moderna, Agostinho Patrus defendeu os princípios democráticos que asseguram a liberdade e a independência do Parlamento. “Se a liberdade é a pedra fundamental da democracia, a independência é o seu pilar. A única submissão do Poder Legislativo deve ser aos seus deveres constitucionais de falar, fiscalizar e propor”, afirmou.

Na oportunidade, o presidente da ALMG também reforçou a importância da união para o enfrentamento à crise provocada pela pandemia de covid-19. “A resposta para a insatisfação é a união. A Assembleia de Minas se unirá novamente este ano em torno do mesmo propósito: promover o bem-estar de todos os mais de 22 milhões de mineiras e mineiros”, declarou.

Patrus ainda destacou o lançamento do “Fiscaliza Mais”, um novo modelo de monitoramento das políticas públicas estaduais. O objetivo é fortalecer a atuação fiscalizadora das comissões da ALMG, com foco em indicadores que permitam aferir os resultados e a efetividade das ações do Estado. “Estamos certos que tal iniciativa contribuirá significativamente para o aprimoramento dos serviços oferecidos às pessoas”, garantiu.

Enfrentamento à pandemia
Em caráter excepcional, o presidente da ALMG poderá convocar reunião extraordinária de Plenário para tratar de medidas urgentes de enfrentamento da pandemia ou de mitigação de suas consequências sociais e econômicas. Poderão ser analisadas somente matérias consideradas de caráter urgente pelo Colégio de Líderes, que analisará a excepcionalidade das circunstâncias e o relevante interesse público das proposições. Os projetos serão votados em turno único, após a emissão de parecer em Plenário pelo relator a ser designado pelo presidente da ALMG.

Funcionamento da Casa
Conforme a Deliberação n.º 2.781, publicada na última quinta, dia 27, as atividades legislativas e administrativas voltaram a ser realizadas preferencialmente por métodos remotos a partir dessa segunda, dia 31, como estratégia de prevenção ao atual cenário de elevada contaminação pelo coronavírus no Estado. O objetivo é garantir o exercício das atividades parlamentares, restringindo a circulação de pessoas nas dependências da ALMG, de modo a preservar a saúde de parlamentares, servidores e da comunidade em geral.

A ALMG permanecerá monitorando a evolução dos dados epidemiológicos para definição de novas medidas que se façam necessárias, em plena consonância com as recomendações das autoridades sanitárias. Ainda assim, mesmo com a adoção dessas medidas, as atividades do Parlamento estão mantidas, garantindo o exercício de suas funções constitucionais e preservando a segurança das pessoas.

PLATAFORMA DE EMBARQUE DO TERMINAL RODOVIÁRIO DE BARBACENA PASSA POR REFORMA


A Prefeitura de Barbacena, nas Vertentes, realiza obras de recuperação do piso da plataforma de embarque e desembarque do terminal rodoviário da cidade, que fica localizado no bairro São Pedro. As obras tiveram início no dia 24 de janeiro. Os trabalhos estão sendo coordenados por uma equipe técnica da Secretaria Municipal de Obras Públicas (SEMOP). 

O objetivo da intervenção é nivelar o piso e recuperar o calçamento, para oferecer mais comodidade e conforto aos passageiros e prestadores de serviço. Para recuperação do piso da plataforma dos passageiros foi montada uma logística especial para não atrapalhar o funcionamento da rodoviária, visando o bem estar dos passageiros em geral.

PROJETOS DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE VARGINHA ALCANÇAM RECONHECIMENTO NACIONAL


A União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação (Undime-MG), parabenizou o Município de Varginha por projeto desenvolvido pelos educadores da Rede Municipal de Educação no ano de 2021. A equipe da Secretaria Municipal de Educação de Varginha, criou duas plataformas com objetos digitais de aprendizagem exclusivos, voltados para o trabalho com a educação infantil e com a temática da agenda 2030 ODS da ONU. A Bebeteca ODS Primeiros Passos e a Ludoteca ODS.

“A Bebeteca ODS Primeiros Passos e a Ludoteca ODS Criança foram criados com muita dedicação, estudo, trabalho, pesquisa e carinho por parte dos profissionais do Magistério da Educação Infantil da Rede Municipal de Ensino de Varginha e alinhados aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030, da ONU”, explica a secretária de Educação, Gleicione Souza.

Eça explica que essas plataformas foram criadas com objetivo de potencializar o protagonismo docente na criação de materiais autorais a serem utilizados como recursos didático-pedagógicos para o desenvolvimento de atitudes e valores que almejam transformações positivas para a vida no planeta.

Todo o processo aproveitou a formação dos professores para o desenvolvimento de habilidades digitais e sugeriu a criação de um produto, e o resultado foi a criação dois produtos: a plataforma da BEBÊTECA, voltada para os alunos de zero a três anos, e a LUDOTECA, com atividades gamificadas, para o público de quatro e cinco anos, que abrange a pré-escola.

“Nos chama a atenção o insight que tiveram em unir a formação dos professores com o desenvolvimento de objetos digitais de aprendizagem. Vale destacar que as plataformas foram incluídas pelo MEC, na curadoria de conteúdo disponível no curso do LabInova, que está sendo ofertado para os articuladores do Programa de Inovação Educação Conectada em todo o País, através da Universidade Federal do Mato Grosso”, diz a nota da Undime.

A nota diz aina que “Iniciativas inovadoras e que vão de encontro ao novo cenário da educação mundial, desenhado diariamente com a eminência da pandemia da Covid-19, reforça a necessidade de abraçar a tecnologia como ferramenta pedagógica nas salas de aula. O Município de Varginha comprova a importância do investimento em tecnologia com o reconhecimento de um produto tão importante para os alunos da rede local de ensino e para alunos e professores de todo o País”.

“Para nós esse reconhecimento da Undime é a consagração de um trabalho realizado pelas nossas educadoras, que vão além das fronteiras do ensinar, inovando nas metodologias, se reinventando e capacitando. É disso que precisamos, de profissionais competentes, comprometidos com o futuro dos nossos alunos”, disse o o prefeito Vérdi Melo.

O projeto
O projeto ODS na primeira infância, com experiências lúdicas digitais, traz a preocupação com o desenvolvimento de competências digitais dos docentes da Educação Infantil, com a proposta de utilização dos conhecimentos e habilidades adquiridas durante a formação, na criação de objetos digitais de aprendizagem para serem utilizados na Educação Infantil. O resultado desse trabalho culminou na criação de duas plataformas digitais: Bebeteca ODS Primeiros Passos e Ludoteca ODS Criança.

Os objetos digitais de aprendizagem que constam nas plataformas, como audiolivros e atividades gamificadas, colocam à disposição dos alunos os recursos pedagógicos digitais relacionados aos objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS), da Agenda 2030, da ONU, que serão utilizados nas práticas educativas na Educação Infantil.

A Plataforma “Bebeteca ODS Primeiros Passos” tem como objetivo possibilitar o trabalho com bebês e crianças pequenas, direcionado para o desenvolvimento sustentável com promoção de atitudes e valores que almejam transformações positivas para a vida no planeta, compondo um banco autoral produzido pelos Profissionais da Educação Infantil (Creche – 0 a 3 anos), da Rede Municipal de Ensino.

Os livros estão disponibilizados no formato de audiovisual e estão publicados na Plataforma https://bebetecaods.seduc.varginha.mg.gov.br/ e no canal do Projeto, no Youtube.

Já a plataforma “Ludoteca ODS Criança”, é composta por atividades gamificadas produzidas pelas equipes da Pré-escola, da Rede Municipal de Ensino. O projeto de gamificação para crianças pequenas permeou pelo eixo norteador da Educação Infantil “Interações e brincadeiras”, potencializando o desenvolvimento das competências digitais e sócio-emocionais, garantindo também os direitos de aprendizagem.

A coletânea de jogos está publicada na Plataforma https://ludotecaodscrianca.seduc.varginha.mg.gov.br/.

ECOSSISTEMA DE INOVAÇÃO E EMPREENDORISMO DE LAVRAS FORMALIZA CRIAÇÃO DA AGÊNCIA RHIZOMA


O município de Lavras é o 5° maior da região do Sul de Minas, com larga tradição industrial e educacional, contando com várias e destacadas instituições de ensino superior. Cidade pujante e com uma economia forte, vem nos últimos anos se preparando para se tornar um ecossistema de inovação e empreendedorismo. E consagrando esse voo rumo ao status de cidade inteligente e tecnológica, foi realizada no dia 31 de janeiro, às 19h, a Assembleia de fundação da Agência Rhizoma.

O evento aconteceu no Ambiente Inteligente Open Hub, localizado na Rua Otacílio Negrão de Lima, número 177, no Bairro Retiro, em Lavras.

Na ocasião foi apresentado, discutido e votado o projeto de Estatuto Social e houve a eleição dos membros do Conselho Deliberativo, do Conselho Fiscal e da Diretoria Executiva da Agência Rhizoma. Todos os presentes se apresentaram e aqueles que desejaram expressaram suas opiniões sobre as pautas postas em discussão.

Após o comum acordo sobre todos os pontos, os participantes desfrutaram de um coffee break no qual puderam interagir e fortalecer as conexões entre si.

Na foto, da esq. para dir.: A primeira Diretoria e Conselho Fiscal da Agência Rhizoma: Mary Jesus (1º Secretária), Maria Luiza Pereira (2º Secretária), Warley Júnior (Conselho Fiscal), Marcelo Souza (2º Tesoureiro), Paulo Vinícius Paluto (Conselho Fiscal), Alex Marques (Vice-Presidente), Rennan Campos (Diretor-Presidente), Heliton Mesquita (1º Tesoureiro) e Wagner Araújo (Conselho Fiscal)

O evento foi aberto a comunidade inovadora e empreendedora e as demais pessoas interessadas da região de Lavras. A todos os participantes presentes serão atribuídas a condição de Sócio-Fundador e de integrante da Assembleia Geral da Rhizoma.

Em compreensão com os interessados que não puderam comparecer ao evento, foi sugerido e aprovado durante a Assembleia que estes poderão integrar a Agência Rhizoma na condição de Sócio-Fundador, tendo o prazo de até 4 de fevereiro para ir até o Ambiente Inteligente Open Hub e assinar o cadastro que se encontra no local.

Uma nova era
Um ecossistema de inovação bem-sucedido se dá com a união das empresas, universidades e governos, propiciando a criação de um ambiente colaborativo e inovador, em que todos trabalham juntos e compartilham resultados em comum, proporcionando uma intensa troca de experiências.

Com o intuito de fazer o intercâmbio e a interlocução entre os diversos atores da sociedade, foi formalizada a fundação da Agência Rhizoma.

A Rhizoma já nasceu com a união de diversos atores voluntários locais e mesmo ainda no embrião, já buscou o protagonismo com o planejamento do Mapeamento 1.0 Ecossistema de Inovação e Empreendedorismo para o Vale dos Ipês, realizado com o apoio da Inbatec/UFLA, InovaHub, Prefeitura Municipal de Lavras e Sebrae Lavras.

PESQUISA PROPÕE FERRAMENTAS QUE PODEM AJUDAR A REDUZIR ATÉ 80% DAS QUEIMADAS NA AMAZÔNIA


As atividades humanas e eventos climáticos como secas extremas são as principais causas de fogo na Amazônia. Estudo de uma egressa da Universidade Federal de Lavras (UFLA) aponta que ao analisar a variação espacial e temporal da estação seca ao longo da bacia Amazônica é possível determinar os períodos com maior concentração de queimadas na região, e ao fazer uso das ferramentas propostas, ajudar a reduzir os focos de fogo em até 80%. 

Com esses dados foi possível criar um mapa de Períodos Críticos para toda a bacia Amazônica, identificando os meses com maior ocorrência de fogo para cada região, facilitando ações de controle. O calendário do fogo propõe que ações de prevenção e combate sejam concentradas em três ou quatro meses.

A pesquisa internacional “Variação espaço-temporal na estação seca determina o calendário do fogo Amazônico” é liderada pela pesquisadora Nathália Carvalho, egressa da UFLA, atualmente doutoranda no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).Conta também com a participação de dois pesquisadores do Instituto de Ciências Naturais da UFLA, o pesquisador Cássio Alencar Nunes e o professor Jos Barlow, ambos do Departamento de Ecologia e Conservação. O estudo, publicado no periódico científico “Environmental Research Letters”, fará parte de um volume especial sobre “Associações entre mudanças climáticas, impactos humanos e fogo em ecossistemas terrestres”.

A pesquisa investigou as diferenças regionais na estação seca e as relacionou com a dinâmica do fogo na bacia Amazônica. “A pesquisa se baseou em dados de satélites sobre precipitação e fogo disponíveis gratuitamente. A partir daí, realizamos análises espaciais e temporais para identificar as diferenças na dinâmica da estação seca e a sua relação com a distribuição espacial e temporal do fogo na Amazônia”, explica Cássio.

Nathália Carvalho acrescenta que “neste estudo enfatizamos que considerar uma única estação seca para toda a Amazônia não é adequado para caracterizar a ocorrência do fogo. Assumir a variação espaço-temporal desta dinâmica é fundamental para uma melhor definição de estratégias para o monitoramento, fiscalização e manejo do fogo na Amazônia”.

A pesquisa também contou com a participação de estudantes de doutorado do Inpe e pesquisadores de instituições nacionais e internacionais: Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, Universidade Estadual do Maranhão, Universidade de Lancaster e Universidade de Oxford. Os pesquisadores envolvidos no estudo possuem financiamentos de agências de fomento nacionais e internacionais: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), MAP-FIRE Project e Inter-American Institute (IAI).
Plataforma Calendário do Fogo

A plataforma “Amazonian fire calendar” é o ambiente onde são disponibilizados mapas e informações gráficas sobre a variação espaço-temporal da estação seca e das temporadas de fogo na bacia amazônica. Na plataforma, o usuário pode visualizar rapidamente informações como o início e fim da estação seca, meses de pico de fogo, período crítico de atividade de queima ao longo do ano, entre outras informações. Além disso, para acessar detalhadamente informações de algum ponto de interesse, o usuário também pode inserir informações de latitude/longitude na plataforma de maneira rápida e simples. A plataforma possui uma interface intuitiva e de fácil acesso e fornece informações que podem apoiar os tomadores de decisão na definição de políticas públicas.

Acesse a plataforma pelo link:

https://amazonianfirecalendar.shinyapps.io/fire_amazon/

Além da plataforma, todos os mapas também estão disponíveis para download no link: https://doi.org/10.5281/zenodo.5706455

Mais sobre o estudo
Incêndios na região Amazônica estão fortemente relacionados ao desmatamento e à grilagem de terras, mas também constituem uma ferramenta utilizada por pequenos agricultores para manutenção de suas atividades de subsistência. Atualmente, os meses de pico de fogo na Amazônia são definidos baseados principalmente na dinâmica do fogo na região centro-sul da Amazônia, região do Arco do Desmatamento, onde a atividade de queima está concentrada principalmente entre Agosto-Setembro.

“Se considerarmos esse período para toda a Amazônia, nós provavelmente interpretaremos incorretamente a dinâmica do fogo em 48% da área da bacia, onde a atividade de queima está concentrada principalmente entre Outubro-Março”, destaca a pesquisadora Nathália.

Existe uma grande variação da estação seca na Amazônia, com padrões bem diferentes para os hemisférios Norte e Sul. Os picos de fogo se mostraram com uma sazonalidade muito bem definida, acompanhando os meses do final da estação seca. Em 52% da bacia Amazônica os picos ocorreram entre agosto e setembro e em 48% entre outubro e março.

“Assumir uma única estação seca para toda a bacia não seria adequado para caracterizar a ocorrência de fogo. Ao considerar, por exemplo, a estação seca dos epicentros de desmatamento (o Arco do Desmatamento no Brasil) estaríamos perdendo a informação correta para 48% da bacia. Além disso, o calendário do fogo definido com esse estudo, pode ser usado para o planejamento de ações para prevenção e redução de fogo”, explica Cássio Alencar.

Para melhor monitorar e controlar a ocorrência do fogo na bacia Amazônica é necessário compreender a sua distribuição no espaço e no tempo. Considerando que a realidade dos países que compõem a bacia Amazônia é de escassez de recursos financeiros para controle, manejo e combate do fogo, focar esforços e agir em meses críticos do calendário do fogo é algo essencial.

“Para isso acontecer é necessário primeiro conhecermos o calendário do fogo para a bacia como um todo. Apesar de sabermos da relação entre chuva (ou melhor dizendo, a falta dela) e a ocorrência do fogo, existem grandes diferenças regionais no início, duração, pico e fim da estação seca na bacia Amazônica”, enfatizam os pesquisadores.

*Com assessoria da UFLA