Mulheres da etnia macua, maior grupo de Moçambique: satisfação sexual e controle socioeconômico integravam parte da cultura local Em Moçambique, no Sul africano, há o caso singular de mulheres que ocuparam papel central na sociedade e até hoje são conhecidas como “perigosas”, desafiaram convenções morais sobre o feminino, como restrições à liberdade sexual e controle socioeconômico. Isso nas décadas de 1920 a 1950 – muito antes de americanas queimarem simbolicamente sutiãs nos anos 1960. Para questionar ainda mais o imaginário ocidental sobre conservadorismo e falta de emancipação da mulher africana, elas são em sua maioria muçulmanas. Essa particularidade integra o projeto de pesquisa coordenado pela professora de História da África Fernanda Thomaz , do Departamento de História da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). O foco do estudo é a sociedade macua, com mais de 800 mil representantes, distribuídos na região pouco estudada do Norte d...