
Tais notas, evidentemente, eram falsas, e foram emitidas utilizando-se número de inscrição estadual e CNPJ de outros contribuintes ou de contribuintes que não puderam ser localizados.Também as licitações foram fraudadas. Algumas das propostas supostamente apresentadas por diferentes participantes foram geradas e impressas em um mesmo computador e impressora, apresentando defeitos gráficos semelhantes. A maioria das empresas, inclusive, por ocasião das diligências realizadas pelo TCU, informaram nunca terem participado de qualquer licitação em Três Pontas. Os investigadores também descobriram que, dos cinco cheques emitidos pela prefeitura para pagamento dos serviços, quatro foram depositados numa única conta, embora fossem destinados ao pagamento de fornecedores diferentes. Essa conta pertence ao denunciado Carlos Wilson Belmont, que tinha sido contratado justamente para fiscalizar a aquisição do acervo do Museu do Café.
Segundo o MPF, Carlos Wilson foi a peça-chave de toda a fraude, beneficiando-se dos valores destinados à implantação do museu. Aliás, também os bens adquiridos para o acervo não possuíam o valor histórico que lhes foi atribuído. As cotações realizadas pela equipe do TCU encontraram preços com valor 90% inferior aos que foram pagos, sem dizer que tais bens poderiam ser facilmente encontrados em fazendas ou em revendedores de equipamentos usados.O ex-prefeito e o empresário deverão responder pelo crime previsto no artigo 1º, incisos I e II, do Decreto-lei 201/67. As penas variam de 02 a 12 anos de prisão.
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