segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

MINAS GERAIS TERÁ USINA NUCLEAR




Em atividade. Usina de Angra começou a operar na década de 70 e será modelo para as demais

Bahia, Alagoas, São Paulo e Minas Gerais são os Estados que vão sediar as primeiras quatro usinas a serem construídas dentro da retomada do programa nuclear brasileiro. A proposta técnica na qual os quatro Estados aparecem como os melhores lugares para abrigar as usinas será apresentada pela Eletronuclear ao ministro de Minas e Energia (MME), Edison Lobão, até o fim deste mês. O início das obras, porém, depende de aval da Presidência da República, informou o MME. Cada nova usina terá capacidade de mil megawatts (MW).


São previstas duas etapas de construção. A primeira, com três usinas, em Alagoas, Bahia e São Paulo. A segunda prevê a instalação da usina de Minas Gerais. A despeito de ser no interior, a sede mineira apresenta a mesma característica das demais: abundância de água. Este quesito foi fundamental no processo de avaliação do ministério. Após a entrega do trabalho técnico, Lobão definirá a proposta e a levará à Casa Civil e ao presidente Lula.

A retomada da construção de usinas nucleares pelo governo brasileiro, sendo uma delas provavelmente em Minas Gerais, surpreendeu a área econômica do governo de Minas Gerais. Mesmo que sejam estudos preliminares, o subsecretário de desenvolvimento minero-metalúrgico e política energética de Minas Gerais, Paulo Sérgio Machado Ribeiro, afirmou que o governo do Estado está disposto a ajudar e participar do projeto. "Podemos apresentar as áreas mais propícias, como na bacia do Rio Grande, na divisa de Minas Gerais com São Paulo", informou Paulo Sérgio, devido ao grande volume de água, necessário à existência de uma usina nuclear.

Se a capacidade energética for mesmo de mil megawatts(MW), como prevê estudo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Sérgio disse que será uma usina de médio porte com pelo menos US$ 4 bilhões em investimentos para a construção, geração de 5.000 empregos no pico das obras durante seis anos e mil empregos quando a usina entrar em operação.

"É bom para Minas. É uma energia mais limpa do que as outras usinas como a termelétrica a gás e petróleo", explicou. Paulo Sérgio descartou possíveis problemas no processo de licenciamento ambiental porque a usina precisa de um bom volume de água, mas não precisa da construção de uma barragem. "A vantagem destas usinas nucleares é que elas equilibram o sistema de energia elétrica no Brasil. Quando teve o apagão, é porque Itaipu tinha 25% da energia gerada no Brasil que tem 12 mil MW. Se a gente tivesse 12 usinas de mil megawatts, teria menos probabilidade de blecaute", comparou.

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