Em 103 anos de existência, a Universidade Federal de Lavras (UFLA) consolidou-se como uma das mais importantes instituições de educação superior do Brasil, sempre atenta para o papel social do ensino superior, preocupando-se não somente com a sua universalização, mas também com a qualidade da formação profissional e cidadã. A UFLA entende que a avaliação interna é um processo importante por meio da qual é possível construir conhecimentos sobre sua própria realidade e melhorar ainda mais a sua atuação no ensino, pesquisa e extensão.
O professor Josér Roberto Soares Scolforo sucederá o professor Antônio Nazareno Mendes que ficou 8 anos a frente da instituição. A UFLA conta com quase quinze mil discentes distribuídos nos seus cursos de graduação e pós-graduação (presencial e a distância) e, aproximadamente, dois mil e quinhentos servidores, entre ativos e inativos. Para o ano de 2011 o orçamento da UFLA foi de R$ 206.185.928,00. Enquanto o orçamento da UFLA evoluiu em torno de 15% de 2010 para 2011 o número de alunos teve uma evolução de, aproximadamente, 19%, passando de 6.672 em 2010 para 7.909 em 2011.
Currículo
José Roberto Soares Scolforo possui graduação em Engenharia Florestal pela Universidade Federal de Viçosa (1977), mestrado em Ciências Florestal pela Universidade Federal de Viçosa (1980) e doutorado em Engenharia Florestal pela Universidade Federal do Paraná (1990). Iniciou sua carreira profissional em 1980 na Universidade Federal da Paraíba, onde além de professor/pesquisador foi Chefe do Departamento de Engenharia Florestal.
Em 1983 se transferiu para a Universidade Federal de Lavras onde, dentre outras funções administrativas, foi Chefe do Departamento de Ciências Florestais, Coordenador do Programa de Pós-graduação stricto sensu em Engenharia Florestal, Coordenador dos Cursos de Pós-graduação Latu sensu em Manejo de Florestas Plantadas e em Manejo de Florestas Nativas e Pró-Reitor de Pesquisa. Atualmente é Pró-reitor de Planejamento e Gestão da Universidade Federal de Lavras e Editor Chefe do periódico científico CERNE. Atua como professor na graduação onde preponderantemente ministra ou ministrou as disciplinas dendrometria, inventário florestal e manejo florestal.
Na pós-graduação ministrou ou ministra Biometria Florestal, Teoria de Amostragem para fins Florestais, Técnicas de Regressão, Manejo de Florestas Plantadas, Manejo de Florestas Nativas e Pesquisa Operacional para fins Florestais. Orienta estudantes de Iniciação científica, de Mestrado e Doutorado em Engenharia Florestal. É professor titular da Universidade Federal de Lavras em Biometria, Inventário e Manejo Florestal desde 1995. Atua como consultor de diferentes periódicos científicos, de Instituições de Fomento como CNPq, Finep, Fapemig e outras. Tem longa experiência na área de Recursos Florestais e Engenharia Florestal, é líder de grupo de pesquisa cadastrado no CNPq em Biometria, Inventário e Manejo de Florestas. Coordenou e coordena em florestas plantadas, inúmeros projetos sobre, modelos de crescimento e produção, manejo e inventário florestal para eucalipto e de pinus.
Conhecido como o "Senhor das Árvores", em florestas nativas é um dos precursores da pesquisa em manejo para usos múltiplos da vegetação do cerrado, atuou em grandes programas de pesquisa na região amazônica com destaque para o sistema integrado de controle de produtos florestais da Amazônia, coordenou o Inventário, mapeamento e monitoramento da Flora nativa e dos reflorestamentos no estado de Minas Gerais, coordenou o Zoneamento Ecológico do Estado de Minas Gerais e do Estado do Espírito Santo. Iniciou a pesquisa de manejo da Candeia que hoje se tornou uma realidade para várias empresas do país e para os agricultores do Estado de Minas Gerais, além de vários outros projetos relevantes no tema florestas nativas.
Participa de várias câmaras com conotação ambiental como a câmara de biodiversidade do Conselho de Política Ambiental do Estado de Minas Gerais, é componente do Comitê Assessor da Rede de Parcelas Permanentes para o Brasil, entre outras relevantes representações junto a outras instituições públicas. É autor de vários livros temáticos em dendrometria, Inventário e manejo florestal além de vários outros com conotação multidisciplinar. Produziu mais de 400 trabalhos entre artigos científicos, artigos em congressos e softwares com expressiva aplicação na Engenharia Florestal como o Sistema de Predição e Projeção do Crescimento e Produção para Florestas Plantadas (SPP) e o Sistema de Inventário e Manejo de Florestas Nativas (SISNAT).
- O Blog O Corvo-Veloz publica nesta semana matérias sobre a sucessão na Universidade Federal de Lavras. Ontem, mostramos o desenvolvimento da instituição na gestão Nazareno Mendes e os desafios do próximo reitor. Se você perdeu, clique aqui e confira a matéria. Hoje trazemos o currículo do novo reitor e um artigo sobre a transformação da ESAL em UFLA.
A TRANSFORMAÇÃO DA ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA DE LAVRAS EM UNIVERSIDADE FEDERAL
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Solenidade oficial de transformação da Escola Superior de Agricultura de Lavras (Esal) em Universidade Federal de Lavras (Ufla) |
Assumi a Direção da ESAL no momento de seu reconhecimento oficial pelo Ministério da Educação (MEC) como um dos doze centros de excelência entre as cinquenta e duas instituições de Ensino Superior do Brasil. Isso, sem dúvida, resultado da dedicação dos diretores que me antecederam. Basta lembrar de Alisson Paulinelli, um dos grandes responsáveis pela federalização da ESAL, ou de Fábio Cartaxo, em cujo mandato houve expressivo avanço na qualificação dos docentes e implantação da pós-graduação na Instituição.
A criação, no meu mandato, do Departamento de Educação, do curso de graduação em Medicina Veterinária, de novos cursos de Mestrado e Doutorado e a plenificação do curso de Administração, entre outras providências, ampliaram ainda mais o prestigio da Instituição, que passou a ter sete cursos de graduação, cinco de doutorado e três de especialização por tutoria a distância. Houve neste período aumento significativo no orçamento e na relação candidato-vaga nos vestibulares. A estrutura física quase dobrou em quatro anos chegando a cem mil metros quadrados de área construída.
Foram construídas unidades que passaram a integrar os Departamentos de Administração e Economia, Agricultura, Biologia, Ciências Florestais, Ciências Exatas, Zootecnia e Medicina Veterinária, além de vinte e seis mil metros quadrados de reformas e ampliações prediais. No anuário estatístico do MEC-SENESU de 1992, no que se refere à qualificação docente, a então ESAL ocupava a 2ª posição entre as Instituições de Ensino Superior supervisionadas pelo MEC. Depois de muitos anos, conseguimos ampliar o quadro docente e técnico-administrativo, o que foi de fundamental importância para o posterior desenvolvimento da Instituição.
Paralelamente a todos esses acontecimentos, o firme propósito de lutar para a transformação da ESAL em Universidade me acompanhou desde o primeiro dia de meu mandato. A providência inicial foi a consulta feita à comunidade que constatou mais de 90% de aprovação ao projeto. A partir de então, foi uma luta árdua que durou os dois primeiros anos em que estive à frente da ESAL. A primeira etapa foi concluída com o encaminhamento de mensagem pela Presidência da República ao Congresso Nacional. A partir daí, o processo de transformação da ESAL em Universidade foi um dos mais rápidos de que se tem notícia. Foram dois meses em que acompanhei toda a tramitação do processo legislativo na Câmara Federal e no Senado – inúmeras audiências e idas a Brasília.
Não há duvida que a transformação da ESAL em UFLA foi de fundamental importância para as conquistas que se seguiram e que resultaram no espetacular desenvolvimento que se observa hoje em dia na Instituição. Os gestores que vieram em seguida souberam conduzir a nova Universidade de forma brilhante, como se constata na recente publicação do próprio MEC que a coloca em primeiro lugar entre as Universidades Federais Brasileiras.
Depoimento de Silas Costa Pereira - último diretor da ESAL e primeiro reitor da UFLA
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