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“Fishburguer”, preferido por todos e muito simples de se preparar, o hambúrguer de peixe é sucesso em escolas municipais de Lavras |
Dos laboratórios para a mesa dos mineiros, tecnologias desenvolvidas na Universidade Federal de Lavras envolvendo a segurança alimentar e a qualidade do pescado fazem parte de um amplo programa de extensão que liga a produção de pescado de qualidade e a inserção de peixes na rotina alimentar das escolas, garantindo o fornecimento de proteína e educando o paladar de futuros consumidores.
Segundo dados do Ministério da Pesca e Aquicultura, o Brasil está na 18ª colocação no ranking geral dos países maiores produtores de pescado do mundo, representando menos de 1% da produção mundial, apesar de contar com um litoral extenso e ser o País que possui mais água doce no mundo. Dos estados brasileiros, Minas Gerais está na 14ª posição, com produção aproximada de 21 mil toneladas de pescado em 2010 e cerca de 25 mil pescadores profissionais registrados.
Uma das razões para este baixo consumo está na falta de informações sobre os benefícios provenientes à saúde do consumo do pescado enquanto fonte de proteínas, vitaminas, minerais e ômega 3. Além disso, o consumidor não sabe escolher um peixe fresco e, muitas vezes, não sabe prepará-los de maneira adequada.
A Universidade está justamente no meio desta cadeia produtiva que tem na sua ponta os pescadores sem capacitação para empreendimentos coletivos e, na outra ponta, uma sociedade que deve ser incentivada para o consumo que leve em consideração a qualidade nutricional e a segurança alimentar.
O projeto, desenvolvido pela equipe da professora Maria Emília de Sousa Gomes Pimenta, do Departamento de Ciência dos Alimentos (DCA) da Universidade Federal de Lavras (UFLA), inclui a participação de nove professores e 20 estudantes de graduação e pós-graduação para o treinamento de pescadores artesanais familiares da Comunidade do Funil e merendeiras da Escola Municipal Umbelina Azevedo Avellar.
Os peixes serão cultivados em tanques-rede, na Represa do Funil e, posteriormente beneficiados na Planta Piloto de Processamento de Pescado da Universidade Federal de Lavras, onde serão filetados e seus resíduos transformados em polpa de peixe, que constitui a matéria-prima para elaboração dos produtos que serão ofertados na merenda escolar.
Cadeia alimentar organizada
O programa foi criado de forma a divulgar os benefícios do Programa Nacional de Alimentação Escolar e do Programa Nacional de Aquisição de Alimentos, que prevê a possibilidade de aquisição de até 30% dos alimentos utilizados pelas escolas públicas de agricultores familiares do município, incentivando a participação dos pescadores nesta fatia de mercado.
A atuação dos pescadores deve ser destacada como um fator positivo na implantação do Programa, pois alia o fornecimento de alimentos de excelente qualidade ao mesmo tempo em que proporciona renda aos pescadores, que tem enfrentado dificuldades em conseguir comercializar seu pescado com regularidade, na maioria das vezes, dependendo de atravessadores que não garantem a regularidade da compra dos produtos.
Nesse primeiro ano, os pescadores receberão, por meio do projeto, ração e alevinos, além do treinamento necessário para cultivo e processamento do pescado. Ficarão, ainda, com parte dos peixes produzidos, sendo que a outra parte será transformada em produtos derivados de pescado (empanados, “fishburguer” ou hambúrguer de peixe, lingüiça de peixe, dentre outros), os quais serão destinados aos alunos da escola escolhida.
As merendeiras já estão sendo treinadas. Foram elaborados alguns produtos, dentre eles o “fishburguer”, preferido por todos e muito simples de se preparar, bastando condimentar a polpa de peixe e adicionar amido de milho, gordura vegetal hidrogenada e proteína texturizada de soja.
Multiplicação do conhecimento
Na UFLA, a união de pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento resulta no desenvolvimento de diferentes linhas de estudo que abrangem toda a cadeia produtiva, incluindo a reprodução, nutrição, melhoramento genético, sanidade, biodiversidade e processamento de pescados.
Semanalmente, pesquisadores e estudantes se reúnem no mais antigo e completo grupo de pesquisa em aquicultura, o Naqua, fundado há 13 anos para incentivar o debate, ações de extensão e o desenvolvimento de estudos relacionados à piscicultura e à formação profissional. Recentemente foi criado o Núcleo de Estudos em Pescado (Nepesca) que visa investigar formas racionais de beneficiamento de pescado e incrementar cada vez mais a cadeia do pescado com novos produtos, agregando valor a estes e destinando um fim aos resíduos do processamento.
O tema é levado tanto à sério na Universidade que foi criado um biotério para a criação adequada de peixes destinados às pesquisas, o que contribuiu para a inclusão da UFLA na Rede Mineira de Bioterismo. A Universidade também coordena o Grupo Mineiro de Aquicultura, registrado no CNPq, em articulação com a Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A princípio o público alvo é bastante restrito. Mas espera-se, já em 2014, inserir ao programa pelo menos mais três escolas públicas.
com Cibele Aguiar
colaboração de Maria Emilia de Sousa e Fabiana Queiroz
Cadeia alimentar organizada
O programa foi criado de forma a divulgar os benefícios do Programa Nacional de Alimentação Escolar e do Programa Nacional de Aquisição de Alimentos, que prevê a possibilidade de aquisição de até 30% dos alimentos utilizados pelas escolas públicas de agricultores familiares do município, incentivando a participação dos pescadores nesta fatia de mercado.
A atuação dos pescadores deve ser destacada como um fator positivo na implantação do Programa, pois alia o fornecimento de alimentos de excelente qualidade ao mesmo tempo em que proporciona renda aos pescadores, que tem enfrentado dificuldades em conseguir comercializar seu pescado com regularidade, na maioria das vezes, dependendo de atravessadores que não garantem a regularidade da compra dos produtos.
Nesse primeiro ano, os pescadores receberão, por meio do projeto, ração e alevinos, além do treinamento necessário para cultivo e processamento do pescado. Ficarão, ainda, com parte dos peixes produzidos, sendo que a outra parte será transformada em produtos derivados de pescado (empanados, “fishburguer” ou hambúrguer de peixe, lingüiça de peixe, dentre outros), os quais serão destinados aos alunos da escola escolhida.
As merendeiras já estão sendo treinadas. Foram elaborados alguns produtos, dentre eles o “fishburguer”, preferido por todos e muito simples de se preparar, bastando condimentar a polpa de peixe e adicionar amido de milho, gordura vegetal hidrogenada e proteína texturizada de soja.
Multiplicação do conhecimento
Na UFLA, a união de pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento resulta no desenvolvimento de diferentes linhas de estudo que abrangem toda a cadeia produtiva, incluindo a reprodução, nutrição, melhoramento genético, sanidade, biodiversidade e processamento de pescados.
Semanalmente, pesquisadores e estudantes se reúnem no mais antigo e completo grupo de pesquisa em aquicultura, o Naqua, fundado há 13 anos para incentivar o debate, ações de extensão e o desenvolvimento de estudos relacionados à piscicultura e à formação profissional. Recentemente foi criado o Núcleo de Estudos em Pescado (Nepesca) que visa investigar formas racionais de beneficiamento de pescado e incrementar cada vez mais a cadeia do pescado com novos produtos, agregando valor a estes e destinando um fim aos resíduos do processamento.
O tema é levado tanto à sério na Universidade que foi criado um biotério para a criação adequada de peixes destinados às pesquisas, o que contribuiu para a inclusão da UFLA na Rede Mineira de Bioterismo. A Universidade também coordena o Grupo Mineiro de Aquicultura, registrado no CNPq, em articulação com a Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A princípio o público alvo é bastante restrito. Mas espera-se, já em 2014, inserir ao programa pelo menos mais três escolas públicas.
com Cibele Aguiar
colaboração de Maria Emilia de Sousa e Fabiana Queiroz
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