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Com pátios lotados, montadores diminuem o ritmo de produção |
A desaceleração do setor automotivo tem reflexos diretos na economia lavrense, que possui plantas de multinacionais do setor do autopeças. A maior delas é a Magneti Marelli-Cofap, pertencente ao Grupo Fiat, que possui na cidade a maior fábrica de amortecedores da América Latina e é a maior geradora de empregos no setor industrial.
Ainda que não possua números especifícos para o setor na cidade, vários trabalhadores já teriam sido dispensados do trabalho no setor de autopeças em Lavras desde o mês de março. Há a possibilidade de que mais demissões e férias ocorram ainda nesta semana.
No polo metalúrgico do ABC Paulista, na cidade de São Paulo e na Grande São Paulo, estima-se que as demissões já passam de 2.000. No ramo do plástico, desde o início do ano já foram 1.500 demissões em Jundiaí, no Estado de São Paulo. Segundo o sindicato desta categoria, metade dos cortes se deve ao setor automotivo. O setor de embalagens também deve ser afetado.
O corte de produção já chegou as fábricas da Fiat Automóveis, de Betim e da marca Mercedes Benz, em Juiz de Fora, na Zona da Mata, ambas em Minas Gerais. A montadora italiana confirmou na semana passada ter reduzido à metade o ritmo fabril da linha 4, responsável pelos modelos Linea, Idea e Bravo, para se ajustar ao mercado.
A fábrica da Mercedes Benz diminuiu em 20%, neste mês, a jornada, passando a trabalhar quatro dias por semana, depois de já ter concedido férias coletivas de 20 dias em abril e maio a 450 empregados, dos atuais 900. Informações relativas a volume de produção não foram divulgadas pela Fiat Automóveis, mas a montadora informou que está adequando a fábrica ao momento de desaquecimento do mercado brasileiro, assim como adotou medidas restritivas com este fim à produção em São Bernardo do Campo, no ABC paulista.
Números da Fenabrave, a entidade das concessionárias de carros, mostram que a queda nas vendas de veículos, que fechou o primeiro trimestre em 2,1%, subiu para 5% no acumulado de janeiro a abril. Além de um mercado que diminui de tamanho com a retirada de incentivos fiscais do governo, as montadoras enfrentam restrições na Argentina que vêm derrubando suas exportações e agora lutam para normalizar estoques que chegaram, em março, a níveis mais críticos desde a crise financeira de 2008.
No momento, as montadoras ainda aguardam do governo medidas de estímulo ao crédito de veículos, assim como um entendimento entre Brasil e Argentina para destravar o comércio bilateral.
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